Descrição de chapéu Checamos Chuvas no Sul

Vídeo é tirado de contexto para satirizar atuação do Exército no Sul

Homem que aparece dançando em post não é da corporação e gravação usada na publicação é antiga

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São Paulo

"Comovente, emocionante e digno de aplausos o trabalho que nossos heróis do Exército tem (sic) feito nos abrigos para entreter os refugiados climáticos." Um post no X com essa legenda e vídeo de um homem com roupa camuflada dançando em frente à bandeira do Brasil satiriza a atuação das Forças Armadas no Sul, mas a gravação não é de membro do Exército. Nem foi filmada agora, durante a tragédia que a região enfrenta. O mesmo vídeo circula pelo menos desde dezembro de 2022 no TikTok.

Internautas acreditaram no conteúdo enganoso. "Eu já fui militar da Aeronáutica, já trabalhei em muitas missões importantes. E hoje eu vejo todos esses vídeos, me dá uma tristeza tão grande, no meu tempo não era assim", comentou uma pessoa. "Isso não é postura de um comandante de Força Armada", escreveu outra.

Mulher soldada usa farda do Exército Brasileiro e aparece de costas, com cabelo preso. Ao fundo, sacolas estão empilhadas e dentro delas há objetos para doação.
Militar do Exército atua para resgate e apoio às vítimas das chuvas no Sul - Gabriela Biló -8.mai.2024/Folhapress

Quem aparece nas imagens é o dançarino Giovanny Taborda, conhecido nas redes sociais como Jhonny Costa. Ele disse à Folha ter servido a Polícia do Exército de 2004 a 2012 e não fazer mais parte da corporação. Taborda confirmou que a gravação usada no post verificado aqui é antiga e foi feita em um campo de jogo de airsoft em Curitiba.

"Para tirar sarro, ridicularizar os batalhões, usam os meus vídeos de comédia", afirmou. "Na época da troca de presidentes [em 2022], que o pessoal foi para a frente dos batalhões do Exército, usavam meus vídeos para dizer: 'enquanto o povo pede intervenção militar, olha como está o Exército'. Eles tentam de todas as formas ridicularizar."

A reportagem tentou contato com o autor do post, mas não houve retorno até a publicação desse texto.

A Folha já verificou outros conteúdos relacionados à tragédia no Rio Grande do Sul, como a exigência de habilitação para voluntários dirigindo embarcações e nota fiscal de doações, a denúncia de comidas vencidas entregues e a entrega de purificadores de água.

Verdadeiro ou falso

Recebeu um conteúdo que acredita ser enganoso? Mande para o WhatsApp 11 99581-6340 ou envie para o email folha.informacoes@grupofolha.com.br para que ele seja verificado pela Folha.

Checamos

É um projeto dedicado ao combate da desinformação nas redes sociais patrocinado pela Philip Morris Brasil.

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