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30/09/2011 - 10h15

Secretário de Taboão da Serra é indiciado sob suspeita de fraude

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ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

O jornalista Mário de Freitas, 47, secretário de Comunicação da Prefeitura de Taboão da Serra (Grande SP), foi indiciado pela Polícia Civil sob a suspeita de formação de quadrilha e fraude em licitações.

No cargo desde 1º de junho de 2010, Freitas é investigado pela Delegacia Seccional da cidade sob suspeita de fraudar uma licitação para favorecer uma agência de publicidade para a qual trabalhava até assumir a Secretaria de Comunicação.

"Não participei de fraude alguma. Eu prestava consultoria para a agência de publicidade que foi escolhida na licitação, mas deixei de ter vínculos com a empresa assim que assumi o cargo na prefeitura", disse Freitas.

As suspeitas da Polícia Civil contra Freitas fazem parte do inquérito policial nº 49/11, da Delegacia Seccional de Taboão da Serra.

"Estou muito tranquilo. Infelizmente, o delegado [Raul Godoy Neto] resolveu me indiciar nesse caso, mas não tenho nada a temer", continuou Freitas.

VÍDEO DO IPTU

O mesmo inquérito policial que apura a conduta do secretário Freitas também tem com um dos investigados o jornalista jornalista Wagner Florêncio Império.

Império, segundo a Polícia Civil, é investigado sob suspeita de retransmitir informações de uma apuração policial aos acusados de fraudar a arrecadação de tributos em Taboão da Serra.

Em relatório ao Ministério Público Estadual, a Polícia Civil diz que o jornalista tinha "íntima ligação com setores da prefeitura [de Taboão], em especial os ligados à arrecadação de impostos".

O jornalista ainda não foi ouvido pela polícia. Ele era um dos mais antigos jornalistas do "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes, e foi demitido assim que a polícia passou a suspeitar dele.

O jornalista e sua mulher, Vivyane Raul Império, participaram de um vídeo promocional da Prefeitura de Taboão que exalta possíveis benefícios da arrecadação do IPTU na cidade, que teve um aumento de 500% em 2010.

Em junho, em entrevista à Folha, Império disse "jamais ter cometido irregularidade" no exercício da profissão.

"As informações do relatório [da polícia] não passam de ilações. Fiz meu trabalho de jornalista. Fui atrás da notícia", disse Império. "A polícia terá de provar tudo o que está escrito ali", disse.

"Não conheci os vereadores e ninguém envolvido nesse escândalo, muito menos tive qualquer contato com eles. Até porque não conhecia as pessoas que depois foram presas por fraudar os impostos de Taboão", afirmou.

Ainda em junho, Império enviou uma contestação ao relatório para o chefe da Polícia Civil, delegado Marcos Carneiro Lima.

"O trabalho do vídeo foi apenas um free-lance feito quase dois anos antes de estourar esse escândalo. Fiquei absolutamente pasmo quando citaram este trabalho realizado pela minha mulher."

OUTRAS INVESTIGAÇÕES

Ao todo, a Polícia Civil instaurou 20 inquéritos policiais para investigar irregularidades na gestão de Evilásio Cavalcante Farias (PSB) à frente da Prefeitura de Taboão.

As investigações começaram em março e tiveram como base um esquema envolvendo políticos e funcionários públicos que cobravam 30% do que era devido de IPTU para sumir com o valor total da dívida. A fraude é estimada em R$ 10 milhões.

Uma das investigações diz respeito a esquema para fraudar o sistema de arrecadação de multas da cidade.

Segundo Polícia Civil, entre janeiro de 2006 e abril deste ano, dos 12.651 recursos para reverter multas de trânsito em Taboão, 7.080 foram aceitos, muitos a partir de pedido de políticos locais.

Com isso, Taboão deixou de recolher cerca de R$ 1 milhão com multas.

Uma das multas aplicadas e que não foi paga por causa de recurso, no valor de R$ 127,69, foi aplicada em um carro registrado em nome do prefeito Evilásio Cavalcante Farias (PSB).

Sobre a multa em seu nome cancelada, Farias disse: "Meu carro é como a casa da mãe Joana. Todo mundo usa. Não fiz recurso nenhum e preciso ir atrás disso. Não fiz pedido algum para abonar multa de carro meu. Uso um carro oficial e blindado".

Claudinei Pereira dos Santos, ex-secretário Municipal de Transportes e Trânsito de Taboão e quem assinou a anulação da multa do prefeito Farias, disse que "não houve intenção de cancelar o auto de uma forma ilegal".

 

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