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Muçulmana que se recusou a tirar véu conclui prova do Detran-SP
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DE SÃO PAULO
A muçulmana Ahlam Abdul El Saifi, 29, que afirma ter sido impedida de fazer uma prova do Detran por se recusar a tirar o véu --usado por mulheres islâmicas por motivo religioso-- concluiu o exame na manhã desta segunda-feira. A prova foi realizada em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).
De véu, muçulmana é impedida de fazer prova do Detran
Segundo o Detran, Saifi já tinha feito 23 questões da prova de renovação da Carteira de Habilitação, no último sábado, e faltavam apenas sete para serem concluídas. Essas questões foram feitas em apenas quatro minutos na manhã de hoje.
A dona de casa disse que ao tentar realizar a prova, no último sábado (15), foi informada pela autoescola, no momento em que fazia a prova escrita, que precisaria tirar seu véu. Como se recusou, ela teve o exame para renovar a Carteira de Habilitação bloqueado.
O Detran, no entanto, disse que houve apenas uma queda do sistema, e que um processo administrativo foi aberto "para apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis, que incluem, inclusive, a possibilidade de descredenciamento da autoescola".
A dona de casa chamou a Polícia Militar e registrou boletim de ocorrência na delegacia. "Houve discriminação religiosa", protestou Jihad Hassan Hammadeh, xeque ligado à União Nacional das Entidades Islâmicas no Brasil.
Almeida Rocha/Folhapress | ||
Ahlam Abdul Saifi acusa o Detran de impedi-la de terminar a prova de renovação da carteira de motorista |
O CFC diz que a ordem foi dada pelo provedor responsável por monitorar os exames do Detran (que são vigiados por câmeras na sala de aula). Como não é permitido fazer prova com boné e gorro, por atrapalhar a identificação, a alegação era que a regra também valeria para véu.
O dono do CFC, Neoclair Santo Silvestrini, disse à Folha, no fim de semana, que também considerou a proibição "um absurdo". "Mas ninguém fez por maldade nem discriminação. Foi por medo de ser punido pelo Detran."
O Detran diz que "não há qualquer orientação" de sua parte "que justifique a conduta da direção do citado Centro de Formação de Condutores". O órgão divulgou nota dizendo que "repudia veementemente" qualquer preconceito e "condena" a situação ocorrida no último sábado em São Bernardo do Campo.
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