São Carlos (SP) entra na disputa por fábrica de amônia da Petrobras
A Prefeitura de São Carlos (232 km de São Paulo) entrou na disputa pela fábrica de amônia da Petrobras e criticou a intenção do governo federal de construir um gasoduto até Uberaba (MG) para abastecer a unidade.
O argumento do prefeito Paulo Altomani (PSDB) é o de que, em vez de gastar R$ 750 milhões com o gasoduto até a cidade do Triângulo Mineiro, a fábrica poderia ser construída em São Carlos, que já conta com o abastecimento de gás.
Ribeirão Preto (303 km de São Paulo) também disputa a unidade.
A obra do gasoduto sofre um impasse por causa da sua categoria, se de distribuição (ramal que sai de uma linha principal, a de transporte) ou de transporte. A indefinição tem adiado o projeto da fábrica da estatal petrolífera.
No centro dessa disputa estão a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível) e o governo do Estado de Minas Gerais, que já recorreu à Advocacia-Geral da União para conseguir a fábrica em Uberaba.
"O governador Geraldo Alckmin (PSDB) está negociando trazer a fábrica para São Paulo. E nós queremos que ela seja instalada em São Carlos porque nós temos o gasoduto [Brasil-Bolívia] aqui no nosso quintal", disse.
Edson Silva /Folhapress | ||
Estação de compressão de gás natural do gasoduto Brasil-Bolívia instalada em São Carlos (SP) |
O governo paulista confirmou, por meio da assessoria, que tem interesse na fábrica da Petrobras e que São Carlos é propícia para o investimento. A assessoria informou ainda que os argumentos do prefeito são "consistentes".
Na semana passada, o governador de Minas Gerais, Antonio Augusto Anastasia (PSDB), cobrou a Presidência da República para uma definição no caso. No Estado, a obra seria feita pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).
DOAÇÃO
Altomani afirmou que a prefeitura pode doar um terreno para a Petrobras para que possa construir a fábrica na cidade. "Podemos analisar o custo-benefício e doar o terreno para a empresa. Temos área à vontade", disse.
Ele anunciou a desapropriação de uma área de quase 500 mil m2 pertencente à família Antoniolli para a construção de um novo distrito industrial, em razão da saturação dos outros dois.
A prefeitura deverá pagar pela área cerca de R$ 5,8 milhões (R$ 12 o m2). O pagamento, disse Altomani, será em 60 vezes, após o projeto ser aprovado pela Câmara.
Para a comercialização do novo distrito, as empresas interessadas poderão pagar os terrenos também em 60 meses. Elas ainda contarão com outros 60 meses de isenção de impostos municipais.
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