Carro de secretário avança sobre professores em protesto em Ribeirão Preto
O veículo em que estava o secretário da Administração de Ribeirão Preto (313 kkm de São Paulo), Marco Antonio dos Santos, avançou sobre professores e pais de alunos que participavam de um protesto na manhã desta quinta-feira (20).
O secretário acusa os manifestantes de danificar o veículo com o objetivo de impedir a sua saída da secretaria –por cerca de uma hora, os professores e pais impediram a entrada e saída de qualquer pessoa do prédio onde ficam as secretarias da Educação e Planejamento.
Santos foi à polícia e registrou boletim de ocorrência depois de o carro ter sido cercado.
O secretário da prefeita Dárcy Vera (PSD) afirmou que teve o carro cercado pelos manifestantes, que, segundo ele, deram chutes e socos no veículo.
Um deles teria subido no capô. "Temi pela minha vida e pela do motorista", afirmou.
Os professores confirmaram que tentaram bloquear o caminho do secretário, mas disseram que o motorista que estava com Santos avançou o carro na direção deles.
Segundo o secretário, o motorista avançou em velocidade baixa e os manifestantes saíram da frente do veículo à medida em que ele avançava.
"Em momento algum pus em risco a vida de alguém", disse. "Se eles estivessem com medo de serem atropelados, não tinham ficado na frente do carro", afirmou, ao ser questionado se os manifestantes liberaram a passagem com medo de serem atingidos pelo veículo.
O ajudante geral José Lisboa da Silva, pai de aluno, afirmou que pulou em cima do carro para tentar evitar que um grupo de professoras fosse atropelado.
"Tentei falar com o motorista sobre a paralisação, mas ele acelerou para cima do pessoal. Não tive outra alternativa que não fosse pular em cima do carro", afirmou. Segundo ele, um professor foi ferido na perna.
Santos afirmou que tentou conversar com os manifestantes para que liberassem a passagem mas, como não houve acordo, entrou no carro e seguiu.
Superintendente interino do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto), Santos deixava a secretaria, por volta das 11h, para ir à autarquia quando houve o incidente.
O boletim de ocorrência foi registrado pelo delegado Wellington Francisco Caliman, da Delegacia Seccional.
A professora Ana Cristina Chiacchio, 46, disse que estava com o grupo e que, no momento em que houve a confusão entre manifestantes e o secretário, um guarda civil municipal lançou spray de pimenta em professoras que estavam sentadas na porta de entrada da secretaria da Administração.
"Foi um absurdo o que aconteceu", afirmou.
O secretário afirmou que os responsáveis por depredarem o veículo serão responsabilizados, caso haja entre eles professores da rede municipal.
"Não acredito que sejam professores", disse. "É legítimo o movimento, desde que respeitoso. Não é isso que é a democracia."
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