Em 3ª tentativa, Justiça de Ribeirão Preto leiloa só 7,7% da leite Nilza
A unidade da Indústria de Alimentos Nilza de Campo Belo, em Minas Gerais, foi vendida por R$ 9 milhões em leilão nesta sexta-feira (21). O montante representa 7,7% do valor total do patrimônio da empresa, avaliado pela Justiça em R$ 117 milhões.
Depois de três audiências na Justiça, a empresa Nova Mix, dona da marca Quatá, elevou a proposta inicial, que era de R$ 7 milhões, e arrematou a unidade.
Com capacidade de produção de 240 mil litros de leite por mês, foi avaliada pela Justiça em R$ 12 milhões.
Edson Silva/Folhapress | ||
Representantes da Nova Mix, durante leilão da leite Nilza em Ribeirão nesta sexta (21) |
Outra oferta, de R$ 7,05 milhões, havia sido feita pela Empreendedora MS, que desistiu da concorrência.
A unidade vendida já é operada pela Nova Mix, que a arrendou em 2010. A empresa mantém uma de suas sete fábricas em Campo Belo.
Mesmo com o valor de compra abaixo do esperado, o juiz da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), Heber Mendes Batista, disse que o resultado do leilão foi positivo. "Haverá manutenção dos empregos e da produção por uma empresa idônea", disse.
DÍVIDAS
Falida em 2010, as três fábricas da Nilza –uma em Ribeirão e duas em Minas Gerais (Itamonte e Campo Belo), além da marca– foram à leilão para o pagamento de R$ 620 milhões em dívidas.
O valor da venda de Campo Belo representa 1,45% dos débitos e será depositado em uma conta judicial.
O pagamento dos credores será realizado por meio de um cronograma estabelecido pela Justiça. A maior dívida da empresa é com bancos e impostos –R$ 300 milhões.
O débito com ex-funcionários chega a R$ 24 milhões. O restante refere-se a antigos fornecedores.
Em uma semana, a Justiça decidirá se a Italac arremata a marca Nilza por R$ 7 milhões, a maior oferta.
A marca Nilza está avaliada em R$ 5 milhões. Porém, o administrador judicial Alexandre Leite pediu prazo para análise, porque a marca poderia valer R$ 10 milhões.
Com a venda somente da unidade de Campo Belo, o juiz deverá realizar leilão eletrônico para as fábricas de Ribeirão e Itamonte.
As ofertas dessas duas unidades ficaram muito abaixo do avaliado na perícia. Duas empresas ofereceram R$ 10 milhões e R$ 35 milhões para a unidade de Ribeirão, avaliada em R$ 69 milhões.
Os empresários afirmam que a fábrica tem problemas em seu maquinário, na rede de saneamento e contaminação do solo. "Não vamos aceitar valor abaixo de R$ 60,7 milhões", disse Leite. Para Itamonte, que vale R$ 30 milhões, foi dado R$ 3 milhões.
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