O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (20) que quer reabrir as escolas militares a partir da semana que vem.
Ele conversou sobre o assunto com o governador Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, onde há uma escola do Exército, além de escolas cívico-militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
"Conversamos da possibilidade de abrimos aqui [no DF], da minha parte, o colégio militar. Da parte dele [Ibaneis], o colégio da PM e dos Bombeiros, bem como as cívico-militares, a partir de segunda-feira [27]. Talvez seja o primeiro gesto para nós voltarmos à normalidade no tocante aos estudos", disse Bolsonaro ao chegar ao Palácio da Alvorada.
A reabertura das escolas militares depende das Forças Armadas, mas as cívico-militares precisam de autorização dos governadores ou prefeitos para voltar a funcionar, porque são ligadas às redes públicas.
São 13 escolas ligadas ao Exército, em PA, MG, DF, MS, PR, CE, AM, RS, RJ e BA. No Distrito Federal, são 10 escolas cívico-militares, com mais de 14 mil alunos, além das unidades da PM e dos Bombeiros.
Questionado se esse movimento de abertura de escolas ocorreria em todo país, o presidente disse que é um primeiro passo e que os pais ainda estão com medo.
Bolsonaro afirmou que vai conversar com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e com o ministro da Justiça, Sergio Moro, para que também a academia da Polícia Federal seja reaberta na próxima segunda-fira (27).
"A ideia do presidente da República é, talvez, a partir de segunda-feira, ele abrir as escolas militares. Como aqui em Brasília nós temos em torno de 10 escolas cívico-militares, também poderia ser um exemplo para que, lá na frente, a gente possa fazer uma retomada dos estudos", afirmou Ibaneis após reunião com Bolsonaro.
O governador diz ter gostado da ideia e que irá analisá-la com sua Secretaria de Educação e também com a Polícia Militar para viabilizar testes de alunos e professores e mapear quem mora com essas pessoas, já que podem integrar o grupo de risco.
Ibaneis diz que a reabertura desse tipo de escola pode servir para esquematizar a reabertura do restante da rede pública de ensino do DF, o que está previsto para acontecer em junho. O comércio no Distrito Federal deve ser reaberto em maio.
"Teríamos um modelo já testado para que isso tudo funcionasse, se evitando qualquer tipo de pandemia ou susto à população."
Mais cedo, Bolsonaro criticou "alguns governadores" por causa das medidas de distanciamento social. "Espero que esta seja a última semana desta quarentena, desta maneira de combater o vírus com todo mundo em casa", afirmou.
Governos de vários países determinaram o fechamento de escolas para reduzir a infecção do Covid-19, por causa da concentração de pessoas provocada pelas aulas.
À noite, questionado sobre a possibilidade de aumento na transmissão, Bolsonaro disse que não é médico, voltou a falar de economia e a pressionar governadores.
"O nosso ministro da Saúde também é economista, coincidência ou não, é bom bom nome para estar à frente do ministério", disse ele, que citou decreto do governo de Goiás que flexibiliza as restrições de circulação.
"Também conversei com Paulo Guedes [Economia] hoje. O que acontece? A intenção nossa é ajudar, mas ajudar até quando? Os governadores têm que sinalizar também."
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