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Pais de escolas particulares protestam em frente à casa de secretário da Saúde de SP

Jean Gorinchteyn defendeu nesta terca (2) que aulas presenciais fossem suspensas diante do agravamento da pandemia

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São Paulo

Um grupo de cerca de 30 pais, com filhos matriculados em escolas particulares, fez um protesto na noite desta terça (2) contra a declaração do secretário estadual de Saúde em defesa da suspensão das aulas presenciais.

A manifestação ocorreu em frente à casa de Jean Gorinchteyn, que mais cedo havia defendido o fechamento das escolas para conter a circulação do vírus em São Paulo, já que o estado enfrenta o pior momento da pandemia. A declaração gerou mal estar no governo joão Doria (PSDB).

O secretário disse que, diante do aumento de casos de Covid-19 em um curto espaço de tempo, e percebendo que os pacientes têm permanecido mais tempo ocupando leitos de UTI, seria necessário reduzir a circulação de pessoas.

Com um carro de som, panelas e cartazes, os pais defenderam que em "nenhum outro país do mundo" as escolas ficaram fechadas por tanto tempo e que o secretário deveria fechar outros setores.

O protesto em Higienópolis, bairro de elite da região central da capital, foi acompanhado por ao menos seis viaturas da Polícia Militar e ao menos 15 policiais.

Grupo de pais protesta para que escolas permaneçam abertas em São Paulo
Grupo de pais protesta para que escolas permaneçam abertas em São Paulo - Isabela Palhares

Desde o ano passado o grupo Escolas Abertas, que se diz independente, defende o retorno das aulas presenciais. Os pais já organizaram dezenas de protestos para pressionar as autoridades municipais e estaduais a autorizar a retomada.

A administradora Ravena Damasceno, 41, é mãe de uma menina de 5 anos que estuda em escola particular e diz ser "incomparável" o desenvolvimento da filha desde que retornou para as aulas presenciais neste ano.

"Crianca precisa de escola. E a escola é um ambiente seguro se o protocolo for seguido", disse. Ela preferiu não dizer onde a filha estuda, apenas que está matriculada em uma escola internacional.

A advogada Isabel Quintela, 41, também defendeu que as escolas não voltem a ser fechadas porque são um ambiente seguro. Mãe de 3 filhos, em um colégio da rede particular, ela disse não saber se houve registro de casos confirmados ou suspeitos na unidade.

Em dezembro, o governador João Doria classificou as escolas como sendo serviços essenciais para que pudessem permanecer abertas em qualquer fase de contenção da pandemia –inclusive na faixa vermelha, a de maior restrição, que pode ser aplicada em todo o estado para conter o novo avanço da pandemia.

Depois do mal estar gerado dentro do governo, o Gorinchteyn publicou uma nota dizendo que a afirmação sobre as escolas se tratava de uma "opinião pessoal" e que até o momento não foi debatida com a Secretaria de Estado da Educação. "Todas as novas medidas de enfrentamento da pandemia ainda estão em discussão entre o governo de São Paulo e o Centro de Contingência do Coronavirus no estado,"

Até o dia 13 de fevereiro, escolas públicas e privadas do estado de São Paulo haviam registrado 741 casos confirmados de Covid-19 em 2021, segundo dados do Simed (Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para a Covid-19).

De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, atualmente há nove escolas com aulas presenciais suspensas em razão de infecções de docentes e alunos por Covid-19, sendo que cinco delas estão com as atividades administrativas em funcionamento.

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