Programa de aceleração reuniu negócios sociais de reforma e casa ecológica

Lab Habitação: Inovação e Moradia selecionou e apoiou 14 iniciativas do setor

Banheiro reformado pelo negócio social Vivenda, que participou de aceleração da Artemisia e venceu o Prêmio Empreendedor Social de Futuro em 2015
Banheiro reformado pelo negócio social Vivenda, que participou de aceleração da Artemisia e venceu o Prêmio Empreendedor Social de Futuro em 2015 - Divulgação
São Paulo

Com déficit de 7,7 milhões de moradias e 40% dos domicílios brasileiros considerados inadequados –sem coleta de lixo, rede de esgoto e água, ventilação e iluminação adequados– os desafios para a habitação no Brasil são muitos.

Olhar para essas dificuldades e encontrar soluções de negócios sociais inovadores e lucrativos é o que une os empreendedores Evelin Mello e Alex da Silva Oliveira (Digna Engenharia); Larissa Blessman e Maíra Russo Peres (Diosa); e Fernando Teles (Ecolar). Os três são destaques do Lab Habitação: Inovação e Moradia, conduzido pela Artemisia e Gerdau, em parceria com o Instituto Vedacit, Grupo Tigre e Grupo Eternit. 

No programa, as realizadoras mapearam empreendedores de todo o Brasil alinhados aos temas de acesso à moradia de qualidade e a microcrédito habitacional, reformas habitacionais, empregabilidade na construção civil, gestão de condomínios de habitação popular, água e saneamento, energia, infraestrutura e melhoria de espaço público e inovação na construção civil.

A metodologia desenvolvida pela Artemisia foi planejada para potencializar soluções com protótipo desenvolvido que tivessem potencial e intencionalidade para gerar impacto social positivo. 

Participaram ainda da aceleração as iniciativas Enguia, Estar Urbano, Favelar, Melbourne, Módulo Sequência, Mosaic Sensors, Pro4rq, Repagina.Me, Solo Plásticos, Trinques e Urbit. Conheça abaixo o trabalho das três que se destacaram.

Digna Engenharia - Campo Grande

Fundada pelos engenheiros civis Evelin Mello e Alex da Silva Oliveira, faz reformas em habitações localizadas em regiões periféricas de Campo Grande. Com a atuação, reduz condições de insalubridade, promove saúde e amplia o acesso da população de menor renda a reformas profissionais.

O modelo de receita está baseado na venda direta do serviço, com 30% de lucro sobre o valor da reforma. As formas de pagamento são cartão de crédito ou em dinheiro (30% do total na entrada e saldo em até cinco parcelas no carnê). Em seis meses de atuação, já contabiliza quatro obras realizadas, dez contratos firmados e possui fila de espera de 20 pessoas. 

Diosa - Porto Alegre

Fundada há dois anos por Maíra Peres e Larissa Blessmann, é um market place online que conduz a intermediação de serviços de reformas residenciais e consertos feitos por mulheres. Na prática, amplia as possibilidades de aumento de renda feminina e promove possibilidades de desenvolvimento para prestadoras de serviços de Porto Alegre.

A motivação para desenvolver o negócio de impacto social veio de uma experiência ruim ao contratar um profissional homem. Outro impacto social é a empregabilidade: na construção civil, há 250 mil mulheres, sendo 70 mil autônomas. Desde o seu início, o negócio já atendeu mais de 440 solicitações. 

Ecolar - São Paulo

Fundada por Fernando Teles, atua com a construção de casas ecológicas de baixo custo. Voltada à população de menor renda que vive a indignidade de habitar residências insalubres, a casa desenvolvida pelo negócio de impacto social usa como matéria-prima material reciclado e sustentável.

As casas têm 20, 30 e 40 metros quadrados, com custo de R$ 14 mil, R$ 20 mil e R$ 26 mil, respectivamente. Os resultados iniciais contabilizados são 1 milhão de embalagens recicladas e 25 ecolares construídos.

Erramos: o texto foi alterado

O nome do fundador da Ecolar é Fernando Teles, não Felipe, como informado anteriormente. O texto já foi alterado.

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