As ações de mitigação da pandemia criadas pela Coca-Cola Brasil ganharam reforço de R$ 9,5 milhões neste ano. No braço de impacto social da empresa, que fortalece jovens em territórios vulneráveis, ficou o legado de combate à fome e conscientização sobre o coronavírus construído em parceria com comunidades pelo país.
O pacote de iniciativas faz parte dos R$ 45 milhões empregados desde 2020 pelo Sistema Coca-Cola no auxílio ao sistema de saúde, amplificação das medidas de segurança e apoio a comunidades vulneráveis.
“Nos últimos dez anos não tínhamos trabalhado com ajuda humanitária nesse nível”, diz Daniela Redondo, diretora executiva do Instituto Coca-Cola Brasil. Ao ouvir mais de 80 líderes comunitários no ano passado, ela entendeu que seria preciso ter flexibilidade na destinação dos recursos para as comunidades.
A articulação mobilizou 100 organizações com necessidades variadas, de dinheiro para a compra de botijões de gás à circulação de carros de som informando sobre o necessário uso de máscaras. A iniciativa chamada Fundo Estamos Nessa Juntos foi destaque no Prêmio Empreendedor Social do Ano em Resposta à Covid-19.
“Com a curva de aprendizado do ano passado, conseguimos responder agora com muito mais agilidade”, afirma a executiva. Os maiores desafios, segundo ela, foram operacionalizar a entrega de refeições em Manaus e o desencontro de informações sobre a doença, mesmo após um ano e meio de crise sanitária.
“O que me assusta é o baixo nível de compreensão do que fazer com informações divergentes sobre a doença.”
O instituto criou uma apostila para ajudar líderes comunitários a repassar informações sobre a Covid-19, com destaque para a vacinação. “Falamos sobre a necessidade da segunda dose, que todas as vacinas importam, sobre a manutenção dos cuidados e, se possível, ficar em casa.”
Em Manaus, a complexidade logística em um território imenso, permeado por rios, foi um obstáculo para a distribuição de cestas básicas. Somado a isso, muitas pessoas não tinham conexão com organizações sociais e uma parte delas não teria como cozinhar os alimentos doados.
“Montamos uma força-tarefa em Manaus com a Gastromotiva”, explica Daniela Redondo. A ONG desenvolvia desde 2020 as Cozinhas Solidárias no centro-sul, modelo em que refeições são preparadas por cozinheiros voluntários e direcionadas a comunidades próximas de suas casas.
“Fornecemos insumos, apoio logístico, treinamento, equipamentos, orientação para a montagem de um cardápio nutritivo e uma renda mensal para os cozinheiros, que preparam e distribuem as refeições para o público mapeado”, diz David Hertz, fundador da Gastromotiva.
Só teve uma coisa que viajou, afirma a executiva: “Enviamos embalagens daqui para garantir que não gerassem resíduos em uma região protegida como a Amazônia."
Serão 50 mil refeições distribuídas na região neste ano, com apoio do Instituto Phi e do Instituto Acariquara. “Estamos deixando legado com uma mudança sistêmica para a região, e isso brilha nossos olhos”, diz Hertz.
Para além da mitigação da Covid-19, o Instituto Coca-Cola Brasil segue estruturando um dos pilares de sua atuação: a inclusão produtiva de jovens vulneráveis. “Queremos impactar um milhão de jovens até 2025”, afirma Redondo.
A estratégia do Coletivo Jovem abrange formação, conexão com o setor privado para empregabilidade e fortalecimento do ecossistema. Para isso, vão contar com algo que a pandemia evidenciou: digitalização.
“Assumíamos que os jovens estavam conectados, mas eles não têm dados nem espaço suficientes no celular para fazer uma aula, por exemplo”, afirma a diretora. “Transformamos o curso em pílulas para o WhatsApp.”
No momento em que jovens mostram falta de perspectiva com o mercado de trabalho e a desocupação ultrapassa os 56%, segundo estudos da FGV Social, uma pesquisa do instituto denota o potencial da ação. Para 91% dos jovens, o curso contribuiu para seu desenvolvimento pessoal.
Além das apostas do instituto, a Coca-Cola Brasil lançou a campanha “Por todas as mesas” com o objetivo de doar 2,5 milhões de refeições com bebida para a Ação da Cidadania. Para isso, a empresa vai doar 50 centavos a cada pedido que contenha produtos de seu portfólio feito nos principais aplicativos de delivery.
A Coca-Cola também disponibilizará R$ 1 milhão em vouchers de R$ 5 para pedidos realizados em pequenos restaurantes cadastrados no iFood que estejam participando da campanha.
Em 2021, a marca patrocina o Empreendedor Social do Ano, principal concurso socioambiental da América Latina, parceria da Folha com a Fundação Schwab.
Para Daniela Redondo, é uma maneira de fortalecer todo o ecossistema de impacto social. “Quando você dá visibilidade para empreendedores sociais, você inspira empresas a investirem no ecossistema”, afirma. “É mais que um prêmio, é um fomento.”
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.