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Pessoas que fazem exercícios de força ou aeróbicos têm menos risco de morrer

Estudo acompanhou 416.420 adultos americanos recrutados entre 1997 e 2014

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​Rachel Fairbank
The New York Times

A atividade física regular tem muitos benefícios conhecidos para a saúde, e um deles é que pode nos ajudar a viver mais. Mas o que ainda não está bem definido são os tipos e a duração do exercício que nos oferecem mais benefícios.

Em um novo estudo publicado no The British Journal of Sports Medicine, os pesquisadores descobriram que fazer exercícios aeróbicos ou treinamento de força estava associado a um menor risco de morte durante o período do estudo, e fazer regularmente ambos –de uma a três horas por semana de aeróbicos e uma a duas sessões semanais de treinos de força– representava um risco de mortalidade ainda menor.

Treinos de força e aeróbico são associados a longevidade - AFP

Mudar de um estilo de vida sedentário para uma rotina de exercícios é comparável a "fumar versus não fumar", disse Carver Coleman, cientista de dados e um dos autores do estudo.

O artigo é a evidência mais recente de uma tendência que mostra a importância do exercício de força para a longevidade e a saúde em geral.

"O estudo é animador porque apoia uma combinação de treinamento aeróbico e de força", disse Kenneth Koncilja, gerontologista da Cleveland Clinic, que não participou do estudo. "Isso é definitivamente algo que eu falo com meus pacientes o tempo todo."

No estudo, os pesquisadores usaram dados da Pesquisa Nacional de Entrevistas de Saúde dos Estados Unidos, que acompanhou 416.420 adultos americanos recrutados entre 1997 e 2014.

Os participantes preencheram questionários detalhando os tipos de atividade física que faziam, especificando se era moderada ou vigorosa, e também quantas sessões de exercícios de força faziam por semana.

Depois de ajustar por fatores como idade, sexo, renda, educação, estado civil e se eles tinham doenças crônicas, como diabetes, condições cardíacas ou câncer, os pesquisadores descobriram que as pessoas que praticavam uma hora de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana tinham um risco de mortalidade 15% menor. O risco de mortalidade foi 27% menor para aqueles que fizeram três horas por semana.

Mas os que também participaram de uma a duas sessões de treinamento de força por semana tiveram um risco de mortalidade ainda menor –40% menor do que aqueles que não se exercitaram. Essa era aproximadamente a diferença entre um não fumante e alguém habituado a fumar meio maço de cigarros por dia.

Relação entre treinos de força e longevidade não é bem entendida

Especialistas dizem que tem sido difícil estudara relação entre longevidade e treinamento de força porque poucas pessoas o fazem regularmente. Mesmo no estudo recente, apenas 24% dos participantes faziam treinamentos de força com constância (em oposição a 63% que disseram fazer exercícios aeróbicos).

"Mesmo com grandes grupos como as que tivemos aqui, os números ainda são relativamente pequenos", disse Arden Pope, economista da Universidade Brigham Young e um dos autores do artigo.

No entanto, a pesquisa está começando a se atualizar. Em uma recente metanálise publicada em fevereiro, também no British Journal of Sports Medicine, os pesquisadores conseguiram quantificar o efeito na longevidade do treinamento de força sem atividade aeróbica.

Eles descobriram que a maior redução de mortalidade estava associada a 30 a 60 minutos de treinamento de força por semana, com uma queda de 10% a 20% no risco de morte, doenças cardiovasculares e câncer.

No entanto, como apontou Haruki Momma, cientista esportivo da Universidade de Tohoku e um dos autores do estudo, é preciso fazer mais pesquisas para encontrar a quantidade ideal de treinamento de força.

Treinamento de força é importante para o envelhecimento saudável

Embora seja necessário mais pesquisas, os especialistas geralmente concordam que o exercício de força regular possa trazer benefícios importantes para o envelhecimento saudável, incluindo a manutenção de uma alta qualidade de vida.

"Você funcionará em um nível muito mais alto, por mais tempo, se tiver boa força muscular", disse Bruce Moseley, cirurgião ortopédico do Baylor College of Medicine.

A força muscular é necessária para uma série de atividades diárias, como levantar-se de uma cadeira, abrir um pote de geleia, carregar mantimentos para dentro de casa ou fazer jardinagem. No entanto, "perdemos progressivamente massa muscular à medida que envelhecemos", disse Monica Ciolino, fisioterapeuta da Universidade de Washington em St. Louis.

Essa perda muscular geralmente começa aos 30 anos e progride com a idade. No entanto, "nós podemos certamente afastar os efeitos negativos" com treinamento de força regular, disse Ciolino. E nunca é tarde para começar.

Pesquisas mostram que mesmo septuagenários com problemas de mobilidade podem se beneficiar de um programa regular de treinamento de força.

Moseley sugere que você busque uma agenda consistente de treino de força e a abrande para evitar lesões por uso excessivo.

"Mantenha o ritmo num nível leve e fácil no início", disse ele. "Uma vez que seu corpo comece a se adaptar, você pode começar a aumentar."

Se você ainda não tiver certeza sobre certos exercícios, ele recomenda procurar aconselhamento especializado em uma academia de ginástica ou consultar um personal trainer. O importante, disse ele, é começar e criar um hábito. Isso não apenas pode ajudá-lo a viver mais, como também melhorar sua qualidade de vida.

"Quando pergunto às pessoas: 'O que o envelhecimento bem-sucedido significa para você?', elas dizem que querem ser independentes, querem manter suas funções e qualidade de vida, querem fazer as coisas que quiserem", disse Koncilja. "Não é necessariamente apenas viver o maior tempo possível.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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