Desidratação extrema é risco em dias quentes e pode levar a convulsões

Recomendações incluem manter o consumo de água e a boa alimentação, além de evitar o sol em horários críticos e ter cuidado com exercícios

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São Paulo

Ondas de calor têm sido cada vez mais comuns ao redor do mundo, e em dias muito quentes, com transpiração intensa, o organismo tende a eliminar água e substâncias em quantidade elevada. "Por isso, precisamos nos manter bem hidratados e evitar bebidas e alimentos que aumentem a desidratação, como comidas muito salgadas e fritas e bebidas alcoólicas", recomenda a nutricionista Debora Lima.

A desidratação ocorre quando há uma baixa concentração de líquido e sais minerais no corpo, o que pode afetar o funcionamento de diversos órgãos. Ela pode ocorrer pela ingestão inadequada de alimentos e água e também por interferência de outros fatores, como vômitos, diarreia, suor intenso e doenças como insuficiência renal e diabetes.

Segundo Lima, o quadro de desidratação também pode ser piorado quando se pratica atividade física de alta intensidade em altas temperaturas.

Como se cuidar em dias muito quentes

Além do consumo de água e da boa alimentação, é importante buscar sombras para se refrescar sempre que possível e manter um bom consumo de água. Não é recomendado praticar exercícios físicos nesses casos.

Alguns sinais clássicos de desidratação leve são suor excessivo, boca seca e dor de cabeça e podem ser um bom indicativo de que é preciso ingerir mais água e comer alimentos saudáveis e naturais. "Um dos sintomas leves da desidratação é o inchaço, pois o nosso corpo usa como mecanismo a retenção de líquidos na tentativa de nos manter hidratados, mesmo quando não ingerimos água o suficiente", destaca Lima. Contudo, quando a situação persiste, podem surgir ainda outros sintomas.

Tontura, fraqueza, queda de pressão arterial, confusão mental e até mesmo convulsões são consequências de casos graves de desidratação. O médico clínico geral Vital Araújo destaca que a falta de água interfere no funcionamento neurológico do organismo. "Você acaba não tendo tanto sangue para oxigenar o cérebro e pode levar a convulsões e vários outros sintomas neurológicos", explica.

Quando as temperaturas são muito elevadas e os sintomas mais graves da desidratação começam a aparecer, é necessário fazer uma reidratação observada. Lima ressalta que o consumo de grandes quantidades de água de uma só vez pode ser prejudicial.

Em alguns casos, é necessário o uso de soro de reidratação, que pode ser encontrado em farmácias e postos de saúde. "Quando essa não for uma opção tem o soro caseiro, que pode ser feito com 1 litro de água mineral, filtrada ou fervida já fria, misturada a 1 colher de sopa de açúcar e 1 colher de café de sal", orienta Lima. Isso deve ser consumido em pequenas quantidades ao longo do dia.

Quando são apresentados sintomas moderados a grave, também é recomendado procurar por uma unidade de saúde. Araújo também destaca que, quando há sangramentos em excesso ou diarreia e vômitos recorrentes, é importante recorrer a ajuda médica para investigar e tratar a causa desses sintomas.

Homem bebe água durante verão em Nova York, nos EUA - Stan Honda - 19.jul.2011/AFP

Temperaturas extremamente altas associadas à desidratação podem ser um risco até mesmo para o choque hipovolêmico, que ocorre devido à falta de líquido e redução do volume de sangue do corpo. "Isso interfere no funcionamento de órgãos como rins, fígado e cérebro", explica Araújo. Em casos graves, pode levar ao coma e até mesmo à morte.

Além de evitar situações que levam à transpiração em excesso, é importante manter uma boa rotina de hidratação. Lima recomenda "andar sempre como uma garrafinha perto de você e tentar ir se observando para beber a quantidade ideal. E observar a cor da sua urina. Se ela estiver muito amarelada ou amarronzada, pode ser sinal de diferentes níveis de desidratação."

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