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Como falar com alguém com Alzheimer

Especialista dá dicas para diálogos, mas sugere mudar a abordagem conforme a doença progride

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Catherine Pearson
The New York Times

A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, afeta 6,7 milhões de adultos com mais de 65 anos nos Estados Unidos. [No Brasil, a expectativa é que os casos aumentem mais de 206% até 2050. Um trabalho publicado na The Lancet Public Health mostrou que o país poderá chegar a 5,6 milhões de indivíduos com a condição em 2050. Em 2019, eram cerca de 1,8 milhão.]

A doença não só destrói lentamente a memória de uma pessoa, como também diminui suas capacidades de comunicação. Tudo isso pode ser profundamente frustrante para os cuidadores.

Aqui está o que você deve ter em mente quando passar tempo com alguém que tem a doença.

Duas mulheres de costas obsevam arvores e arbustos ao fundo; A mulher da esquerda é loira, jovem e está com o braço direito apoiado sobre os ombros da senhora (direita). Uma senhora acompanhada de sua cuidadora no parque
Melhorar a capacidade de comunicação impacta positivamente a pessoa doente e o cuidador - Ocskay Mark/Adobe Stock

Esteja atento à sua linguagem corporal e ao ambiente

"À medida que as pessoas perdem a capacidade de se comunicar, elas ainda nos leem muito bem", diz Allison Lindauer, professora associada de neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon.

Portanto, esforce-se para ter uma atitude calma e amigável. Reconheça que sua linguagem corporal comunica algo. Tente ter conversas cara a cara sempre que possível. Limite as distrações e o ruído de fundo.

Evite perguntas imprecisas e a 'linguagem de velhos'

Em vez de uma pergunta geral como "O que você quer para o jantar?", pergunte: "Você gostaria de costeletas de porco ou lasanha?", afirma Lindauer, acrescentando: "Você não quer colocá-los em grande dúvida".

Falar alto, numa conversa "de bebê" simples e aguda, que às vezes é chamada de "linguagem de velhos", pode parecer condescendente. A pesquisa mostra que essa abordagem também tende a tornar as pessoas mais resistentes aos cuidados.

Mude de abordagem conforme a doença progredir

Saber em que estágio da doença seu familiar está pode ajudá-lo a aprimorar sua abordagem. No estágio inicial, é importante evitar fazer suposições sobre a capacidade de comunicação da pessoa com base no diagnóstico. Não exclua a pessoa das conversas e dê a ela tempo para responder sem interrupção.

Conecte-se com os recursos

Melhorar as capacidades de comunicação pode ter um impacto tremendo tanto na pessoa com a doença quanto nos cuidadores. A Associação Brasileira de Alzheimer tem publicações e grupos de apoio online que ajudam a lidar com a doença.

Em inglês, o Instituto Americano do Envelhecimento dá orientações sobre comunicação, assim como a Associação do Alzheimer dos EUA, que oferece grupos de apoio e aulas.

Tradução Luiz Roberto M. Gonçalves

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