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Pacientes com danos cerebrais não responsivos podem ter alguma consciência

Em análise com 241 pacientes que não responderam a comandos tradicionais, cerca de um quarto apresentou algum tipo de resposta a tarefas cognitivas complexas, como imaginar-se jogando tênis

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Carl Zimmer
The New York Times

Quando as pessoas sofrem danos cerebrais graves, elas podem entrar em coma por semanas, com os olhos fechados, seus corpos sem resposta.

Alguns se recuperam, mas outros entram em um estado misterioso: olhos abertos, mas sem sinais claros de consciência. Centenas de milhares desses pacientes apenas nos Estados Unidos são diagnosticados em estado vegetativo ou minimamente consciente. Eles podem sobreviver por décadas sem recuperar uma conexão com o mundo exterior.

Paciente em coma usando máscara de oxigênio
Paciente em coma usando máscara de oxigênio - Metamorworks/Adobe Stock

Esses pacientes representam um mistério angustiante. Mesmo que não consigam se comunicar, eles ainda podem estar conscientes?

Um grande estudo publicado na semana passada sugere que um quarto deles está.

Equipes de neurologistas em seis centros de pesquisa pediram a 241 pacientes não responsivos para passar vários minutos fazendo tarefas cognitivas complexas, como imaginar-se jogando tênis. Vinte e cinco por cento deles responderam com os mesmos padrões de atividade cerebral vistos em pessoas saudáveis, sugerindo que eles eram capazes de pensar e pelo menos um pouco conscientes.

Nicholas Schiff, neurologista da Medicina Weill Cornell e autor do estudo, disse que a pesquisa mostra que até 100 mil pacientes apenas nos Estados Unidos podem ter algum nível de consciência apesar de seus ferimentos devastadores.

Os resultados devem levar a exames mais sofisticados de pessoas com os chamados distúrbios de consciência e a mais pesquisas sobre como esses pacientes podem se comunicar com o mundo exterior, disse ele: "Não está certo saber disso e não fazer nada."

Os pesquisadores testaram 241 pacientes que não responderam a comandos durante um exame tradicional. Eles também fizeram com que voluntários saudáveis realizassem as mesmas tarefas. Os cientistas então entregaram os dados a uma equipe de estatísticos da Escola de Medicina Icahn no Hospital Mount Sinai, em Nova York.

Sua análise revelou que 60 pacientes mostraram sinais de consciência em exames de ressonância magnética funcional, registros de eletrodos ou ambos. Os resultados foram publicados no periódico científico The New England Journal of Medicine.

Schiff disse que os resultados podem ser tendenciosos pelo fato de ele e seus colegas terem examinado os pacientes em média oito meses após seus ferimentos. As pessoas que conseguiram sobreviver tanto tempo podem ser mais resilientes do que as que morreram mais cedo. E essa resiliência pode tê-los tornado mais propensos a permanecer conscientes.

Por outro lado, Schiff argumentou, os testes eram tão exigentes que alguns pacientes com alguma consciência provavelmente não obtiveram resultados positivos. "Provavelmente estamos perdendo pessoas", disse ele.

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