Após doenças causadas por cigarro eletrônico, Walmart vai deixar de vender produto nos EUA

Foram registrados 530 casos em 38 estados e um território dos EUA

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Nova York | AFP

O Walmart informou na sexta-feira (20) que vai deixar de vender cigarros eletrônicos em suas lojas nos EUA, depois de os aparelhos terem sido ligados a uma epidemia de doenças pulmonares. 

Essa decisão entrará em vigor quando os estoques atuais terminarem. 

"Em vista da recente complexidade e incerteza em torno da regulamentação de cigarros eletrônicos nos níveis federal, estadual e local, pararemos de vender produtos eletrônicos contendo nicotina nos sites Walmart e Sam's Club", disse um porta-voz da rede. O Sam's Club é uma cadeia de vendas por atacado operada pelo Walmart. 

A decisão do Walmart foi anunciada dois dias depois que o estado de Nova York acompanhou a medida de Michigan de proibir a comercialização de cigarros eletrônicos com sabor.

Mulher fuma cigarro eletrônico
Aumento de uso de cigarro eletrônico entre jovens preocupa - Bernard Martinez/Folhapress

O governo de Donald Trump também anunciou em 11 de setembro que uma medida semelhante será implementada nos próximos meses a nível federal. 

Os EUA têm visto o crescimento de doenças relacionadas ao uso de cigarros eletrônicos, populares especialmente entre adolescentes e jovens adultos. O número de casos prováveis passou para 530, segundo divulgado pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), nesta quinta-feira (19).

Ainda não se sabe exatamente, porém, quais são as causas específicas dessas doenças (na ferramenta Match da Saúde, gratuita, você pode saber mais sobre tabagismo e outros fatores que influenciam a saúde; faça o teste). 

Segundo as autoridades, cerca de três quartos das pessoas afetadas são homens, dois terços têm entre 18 e 34 anos e 16% têm 18 anos ou menos.

As doenças já foram relatadas em 38 estados e em um território americano. Também foi documentado o primeiro caso no Canadá.

Mesmo ainda sem uma definição clara das causas, o CDC disse que, por segurança, as pessoas não devem, de maneira alguma, usar os cigarros eletrônicos.

Recentemente, a FDA (agência de fiscalização e regulamentação de remédios dos EUA) afirmou que a Juul Labs, companhia dominante no mercado americano de cigarros eletrônicos, comercializou ilegalmente seus produtos como uma alternativa menos nociva aos cigarros tradicionais.

A agência enviou uma carta de advertência à Juul, na qual diz que a empresa violou regulamentos federais, considerando que não tinha recebido aprovação para promover e vender seus produtos como alternativa mais saudável ao cigarro.

No Brasil, mesmo proibidos, os cigarros eletrônicos são facilmente encontrados na internet. É possível comprar vaporizadores da Juul em mais de 20 perfis no Instagram. Um kit custa de R$ 250 a R$ 450.

Durante o Fórum Global sobre Nicotina, que aconteceu em junho em Varsóvia, na Polônia, representantes da Juul Labs afirmaram que sabiam da entrada ilegal do produto no Brasil, mas disseram que eles não eram originais, considerando que a empresa não tem revendedores na América Latina.

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