Descrição de chapéu Coronavírus

Brasil tem 68 novas mortes por coronavírus; total de óbitos é de 1.124

Número de casos confirmados supera 20 mil; país ultrapassou a marca dos mil mortos na sexta (10)

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Brasília

O Brasil já registra 1.124 mortes pelo pelo novo coronavírus , segundo dados do Ministério da Saúde divulgados neste sábado (11), com 68 novas mortes nas últimas 24 horas —incremento de 6%.

Na sexta (10), o país passou a marca das mil mortes —e, o mundo, das mais de 100 mil mortes.

O Brasil também ultrapassou os 20 mil casos confirmados de Covid-19. São, ao todo, 20.727. No dia anterior, eram 19.638, um avanço de 6%.

O ministério, porém, tem informado que o número real de casos tende a ser maior, já que só pacientes internados em hospitais fazem testes e há casos represados à espera de confirmação.

Reportagem da Folha mostrou que equipes de atenção básica em várias cidades e estados afirmam que a subnotificação ao Ministério da Saúde de casos suspeitos tem sido gigantesca.

Atualmente, o estado de São Paulo é o que lidera em número de casos, com 8.419 confirmações. Em seguida, vêm Rio de Janeiro (2.607), Ceará (1.582) e Amazonas (1.050).

São Paulo tem também o maior número de mortes, com 560 já confirmadas. Entre os estados, apenas o Tocantins não teve óbitos registrados até o momento.

Apesar do alto volume de registros, o ministério tem afirmado que o país ainda está em uma fase inicial da epidemia pelo novo coronavírus.

Ao comparar a curva da epidemia em diferentes países, Gabbardo disse que o Brasil ainda "está muito bem" para o momento dado o cenário de outros locais, mas que é difícil fazer previsões de como ficará o cenário daqui para frente.

Dados do ministério mostram que alguns estados já apresentam transição para uma segunda etapa, quando há uma "aceleração descontrolada" de casos. A situação ocorre no Amazonas, no Amapá, no Distrito Federal, em São Paulo, no Ceará e no Rio de Janeiro, por exemplo.

Neles, o coeficiente de incidência, indicador que compara o total de casos pela população, já é 50% acima da taxa nacional, de 98 casos a cada 1 milhão de habitantes. Em Amazonas, por exemplo, a taxa é de 250 casos a cada 1 milhão de habitantes.

"Estamos considerando que esse é um índice de maior atenção, de emergência", afirma o secretário de vigilância em saúde, Wanderson Oliveira.

Para ele, os dados indicam que medidas de distanciamento social devem ser mantidas nestes locais.

"Há uma preocupação principalmente em Manaus do relaxamento [do afastamento] nesses locais. Manaus, Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro são locais onde não podemos relaxar ainda nessas ações", afirma.

Questionado sobre o momento de aplicação no país de medidas de lockdown, quando há bloqueio total de atividades e circulação em determinados locais, Oliveira diz ainda não é o momento de pensar nessa etapa.

"O momento não é de pensar em lockdown, mas de lavar as mãos com frequência, evitar sair de casa se estiver doente e manter distanciamento social."

Apesar disso, ele diz que a medida não é descartada e que a análise de ações deve ser feita pelos gestores locais, com base em parâmetros como ocupação de leitos e equipamentos de proteção, por exemplo.

Na sexta, o aumento recente da ocupação de leitos hospitalares levou o Ministério da Saúde a iniciar uma distribuição de 60 respiradores para três capitais: Fortaleza, Manaus e Macapá.

A situação em Manaus já é descrita por membros do governo local e federal como a mais próxima de um colapso no sistema de saúde.

Um dos fatores para isso é o fato de que região vive uma sobreposição de epidemias, com casos de gripe e outros vírus respiratórios junto com o coronavírus.

"A realidade de Manaus talvez seja a mais próxima de uma realidade de medida mais incisiva caso a população não aderir às recomendações locais", disse, ao ser questionado se a cidade teria mais chances de ter um lockdown.

Diante do risco, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse neste sábado que o governo pretende instalar um hospital de campanha na cidade.

A unidade deverá ser a segunda do país. Um primeiro hospital está em obras em Águas Lindas (GO), a 57 km de Brasília. Mandetta, no entanto, não quis dar prazo para a obra em Manaus. Já a previsão de entrega da unidade goiana é de duas semanas.

Balanço do ministério divulgado neste sábado mostra ainda que idosos e pessoas com doenças crônicas continuam sendo as maiores vítimas do coronavírus.

Um perfil das mortes tabulado com base em 944 das 1.124 mortes registradas aponta que 74% dos que morreram tinham ao menor um fator de risco.

Em pessoas acima de 60 anos, os predominantes foram cardiopatias e diabetes. Já entre aqueles abaixo dessa faixa etária, chamam a atenção os índices de asma e obesidade.

Na sexta (10), o ministério divulgou, pela primeira vez, o dados de internações e mortes pelo novo coronavírus separados por variáveis de cor/raça.

Os números mostram que, até o momento, das internações confirmadas por Covid-19, 74% foram de pessoas brancas, 18,9% pardas, 4,2% pretas, 2,8% amarelas e 0,2% de indígenas.

O padrão, porém, muda quando observados os dados de mortes. Neste caso, a taxa de brancos cai para 64,5%, enquanto entre pessoas pardas o índice sobe para 28,5%.

Para Oliveira, os dados retratam que o início da epidemia foi concentrado em classes mais altas da população.

"Esse dado demonstra que ainda não chegamos às camadas mais vulneráveis", afirma. Segundo ele, esse cenário tende a mudar, daí a necessidade de investir em ações para aumentar o atendimento na rede de saúde.

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