Uma parceria firmada entre o Ministério da Saúde e a rede de laboratórios Dasa prevê a instalação de um centro de diagnóstico emergencial em São Paulo para realização de até 30 mil testes por dia do novo coronavírus.
A ideia é que o centro receba amostras coletadas de pacientes da rede pública de diferentes cidades, mas o total de municípios não foi informado. A parceria prevê a realização de 3 milhões de exames em até seis meses.
Segundo a Dasa, o centro deverá receber amostras de pacientes com casos leves de coronavírus. O público-alvo será definido pelo Ministério da Saúde.
Hoje, os testes para identificação de casos de Covid-19 no país são voltados a pacientes internados com síndrome respiratória grave; um volume pequeno de amostras é feito com pessoas com síntomas de síndrome gripal.
O ministério, no entanto, tem citado a intenção de instalar centros de drive-thru para coleta de exames também de pacientes com quadros leves de suspeita da doença em cidades acima de 500 mil habitantes.
A pasta publicou na segunda-feira (20) um chamamento para organizar uma rede de coleta. O material deve ser destinado ao centro de diagnóstico formado através da parceria com a rede privada. O laboratório será instalado em Alphaville.
De acordo com a Dasa, os equipamentos e insumos para os testes serão fornecidos pelo ministério. Já o laboratório deverá entrar com a doação do espaço e remanejamento e capacitação de 120 profissionais que vão atuar no local.
"Vamos receber máquinas e insumos do Ministério da Saúde e aportar a infraestrutura necessária e expertise para operar. A ideia é que a gente receba amostras das mais variadas cidades e realize de forma centralizada a parte laboratorial", diz o diretor médico da rede, Gustavo Campana.
O valor do investimento não foi divulgado. "Esse valor terá transparência, mas não está fechado", diz Campana.
Segundo ele, o acordo não prevê contrapartida em recursos. Com isso, o local e os profissionais devem ser cedidos. Já os equipamentos retornarão à rede pública após os seis meses.
A parceria deve gerar o maior centro de processamento de testes do país, diz Emerson Gasparetto, vice-presidente da área médica da empresa.
De acordo com Gasparetto, a capacidade atual de testes na Dasa é de 4.000 exames ao dia. Já o novo modelo prevê aumento para 30 mil ao dia, com possibilidade de chegar a 50 mil dependendo do volume de amostras e reagentes.
Os testes usam a técnica de RT-PCR, considerada mais precisa e que verifica a presença de material genético do vírus em amostras coletadas das vias respiratórias.
Ainda não há data para o centro começar a operar. A previsão é que isso ocorra assim que chegarem as máquinas que serão cedidas pelo ministério.
Nesta segunda (20), o ministro da Saúde, Nelson Teich, disse que o Ministério da Saúde pretende oferecer 46 milhões de testes para o novo coronavírus no país.
Deste total, 24,2 milhões são de testes com a técnica RT-PCR e 22 milhões são testes rápidos, que verificam a presença de anticorpos do vírus.
Questionado, o ministério não informou quanto desses testes já foram adquiridos, quando seriam realizados e qual o cronograma de entrega.
Em vídeo, o ministro disse que o aumento da oferta de testes é importante, mas não atingirá toda a população brasileira. “Tem de deixar claro que teste em massa não significa testar a população toda. A gente vai usar o teste de uma forma que as pessoas testadas vão refletir a população”, afirmou.
Para representantes de fornecedores, apesar da maior oferta de testes, o país ainda precisa enfrentar o gargalo do processamento desses exames e da estrutura para coleta.
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