SP passa dos 4.000 mortos; academias e salões de beleza continuarão fechados

Governador João Doria (PSDB) disse que não haverá alterações na quarentena até dia 31 de maio

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (13) que academias de ginástica, salões de beleza e barbearias devem continuar fechadas no estado de São Paulo.

São Paulo atingiu atingiu um total de 4.118 mortes por coronavírus, sendo 169 nas últimas 24 horas. A taxa de ocupação das UTIs no estado é de 68,3% e, na Grande SP, 87,2%.

Os números e a decisão foram comunicados em entrevista à imprensa no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona oeste de São Paulo. Doria e o secretariado usaram máscaras durante a coletiva, ao contrário do que vinham fazendo anteriormente, quando retiravam o equipamento ao chegar ao púlpito para a entrevista.

A inclusão pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) de academias, salões de beleza e barbearias como atividades essenciais durante a pandemia do novo coronavírus levou a reações de governadores, que disseram que não vão seguir a orientação.

"Sobre o decreto presidencial relativo a academias de ginástica e salões de beleza, aqui em São Paulo o governo respeita e ouve o seu secretário da Saúde, o seu comitê da Saúde. Comitê de saúde e secretário indicam que ainda não temos condições sanitárias seguras para autorizar a abertura academias, salões de beleza e barbearias neste momento", disse Doria.

"Nosso maior respeito por esses profissionais é garantir a sua vida, sua existência e sua saúde", acrescentou.

Segundo Doria, até dia 31 de maio nenhuma alteração será feita na quarentena de São Paulo.

Dimas Covas, que coordena o comitê de saúde do estado, citou uma série de dificuldades para a abertura de salões de beleza e academias.

Ele afirmou que a contaminação se dá pelo toque em superfícies contaminadas e depois com a autocontaminação, tipo de risco causado nas academias. Além disso, nos salões, citou que os profissionais ficam muito próximos dos clientes, o que dificulta o controle da transmissão.

A taxa de isolamento no estado de São Paulo na terça-feira (12) foi de 47%. Na capital paulista, mesmo com o megarrodízio, foi de 48,4%, inferior que na segunda (11) e também que o mínimo esperado, de 50%.

"Não está descartado o lockdown, mas neste momento não há esta expectativa", disse Doria.

De acordo com o coordenador do comitê da saúde, Dimas Covas, as variáveis que influenciam na adoção do lockdown são taxa de transmissão. e índice de ocupação de leitos de UTI.

"Existem critério internacionais. O primeiro é a taxa de ocupação dos leitos de UTI. Quando essa taxa, ultrapassa 90%, liga-se a luz amarela. Chegando a 100%, o sistema começa a entrar em crise. A segunda variável é a taxa de transmissão, a capacidade de um indivíduo transmitir para outros. Quando é superior a um, a pandemia vai progredir. A associação desses dois fatores determina a necessidade determina o lockdonw", disse.

"Nós estamos próximos de 90% de ocupação e a taxa de ocupação é superior a um. Então em princípio estamos reunindo os critérios na região metropolitina para começar a considerar essa possibilidade, se não houver uma inflexão na taxa de isolamento e no número de leitos", acrescentou Dimas Covas.

Sobre o fato de Doria e sua equipe pela primeira vez usarem máscaras durante a coletiva, Doria afirmou que se trata de uma medida para estimular o uso do equipamento, uma vez que medidas de segurança eram mantidas anteriormente, com espaçamento entre as pessoas e um ambiente arejado.

RESPIRADORES

O vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), afirmou que houve a redução na compra dos 3.000 respiradores chineses —negociação revelada pela Folha e investigada pelo Ministério Público.

Segundo ele, houve uma repactuação para entrega de 1.280 aparelhos (valor médio unitário de U$ 34 mil), que é a quantidade que a empresa contratada conseguirá entregar os equipamentos até o começo de junho. Com isso, o valor previsto de U$ 100 milhões foi reduzido para U$ 44 milhões.

Há ainda outros 1.000 aparelhos que virão para São Paulo via Londres, pelo valor de U$ 20 milhões (valor médio de U$ 20 mil).

Uma terceira compra, de indústria nacional, custou U$ 2,5 milhões (média de U$ 10 mil cada).

​Somado, o total de respiradores é de 2.530.

"São modelos diferentes, tecnologias diferentes e consequentemente preços diferentes", disse Garcia, que sempre é escalado pelo governador para falar sobre este assunto.

Segundo Garcia, só serão confirmadas as compras que chegarem até a primeira semana de junho.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.