Descrição de chapéu Coronavírus

Fiocruz recebe primeiro lote para produção de vacina AstraZeneca/Oxford

Os 88 litros de insumos recebidos possibilitam produção de 2,8 milhões de doses de vacina

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Rio de Janeiro

A Fiocruz recebeu neste sábado (6) o primeiro lote de matéria-prima para a produção brasileira da vacina contra Covid--19 desenvolvida pela AstraZeneca/Oxford. São 88 litros, suficientes para formular 2,8 milhões de doses.

A expectativa é que as primeiras vacinas produzidas pela Fiocruz sejam entregues ao Ministério da Saúde entre os dias 15 e 19 de março, com um lote de um milhão de doses. Antes, o imunizante será avaliado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve na Fiocruz para acompanhar a chegada do IFA (sigla para ingrediente farmacêutico ativo) da vacina AstraZeneca/Oxford, mas não falou com a imprensa.

Em video divulgado pelo Ministério da Saúde, Pazuello disse que, com a chegada do IFA, o governo cumpre "uma etapa fantástica" no processo de vacinação dos brasileiros contra a Covid-19.

"É um processo que começou há sete meses com a escolha do laboratório que iríamos eleger como parceiros", afirmou. "A chegada do IFA nos permite o início da produção e vai marcar a mudança da nossa gestão em vacinar."

A vacina da AstraZeneca/Oxford foi a aposta principal do governo Jair Bolsonaro (sem partido) para imunizar a população brasileira, mas acabou chegando aos postos de saúde depois da chinesa Coronavac, produzida em parceria com o Instituto Butantan e com apoio do governo de São Paulo.

Bolsonaro chegou a dizer que não compraria a vacina do Butantan e travou embates com o governador João Dória (PSDB), que liderou as negociações com a chinesa Sinovac. Na quarta (3), o Butantan recebeu nova carga para a produção de 8,6 milhões de doses da Coronavac.

Também fabricado na China, o lote de IFA da AstraZeneca/Oxford chegou ao aeroporto do Galeão por volta das 18h20 desde sábado. Foi recebido por Pazuello, pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.

Em um caminhão refrigerado escoltado por viaturas da Polícia Federal, seguiu para o CTV (Centro Tecnológico de Vacinas) da Fiocruz, onde chegou por volta das 20h. O material será descongelado a partir do dia 10 (sua armazenagem é feita a -55ºC) e formulado até o dia 12 para passar por uma pré-validação.

Entre os dias 13 e 17, será envasado, revisado, rotulado e embalado, passando também pelo controle de qualidade. Outros dois lotes são esperados para o fim do mês.

Segundo cronograma divulgado na sexta (5), a Fiocruz espera receber até junho 14 lotes de insumo para a produção de 100,4 milhões de doses. "Após a liberação de exportação pelas autoridades chinesas da primeira remessa de IFA, os demais embarques de insumo já têm os trâmites alfandegários garantidos", disse a fundação, em nota.

Em abril, a Fiocruz começa a incorporar a tecnologia para produzir seu próprio IFA em sua fábrica, não mais dependendo da importação do insumo. A previsão é que a validação dos processos do IFA nacional esteja concluída em julho, para que então seja solicitada a inclusão do novo local de fabricação do insumo no registro da vacina.

O planejamento prevê a entrega das primeiras vacinas totalmente nacionais ainda em julho, com a perspectiva de produção de mais 110 milhões de doses no segundo semestre.

A divulgação do cronograma ocorrem em cerimônia de lançamento do edital para a construção de um novo complexo industrial da Fiocruz, que ficará em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, com investimento previsto em R$ 3,4 bilhões.

A previsão é que os primeiros prédios sejam entregues em 2023 e que a operação comercial comece em 2025. O empreendimento será o maior centro de produção de produtos biológicos da América Latina, aumentando em até quatro vezes a capacidade atual da fundação.

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