O epidemiologista Pedro Hallal passa a assinar uma coluna semanal na Folha a partir da terça-feira (9). Seus textos serão no site, na editoria de Saúde.
Coordenador do Epicovid-19, estudo de alcance nacional que mapeia a disseminação do coronavírus, Hallal, 40, afirma que abordará ciência e saúde pública e dará inicialmente foco à pandemia, mas não irá se resumir a ela.
Ele foi reitor de 2017 a 2020 da Universidade Federal de Pelotas, onde é professor de educação física (graduação e pós-graduação) e epidemiologia (pós-graduação).
Crítico da atuação do governo Bolsonaro no enfrentamento à pandemia, Hallal foi alvo de investigação da CGU (Controladoria Geral da União) por proferir “manifestação desrespeitosa e de desapreço direcionada ao presidente da República” em evento online da universidade sobre a Covid-19 e assinou um termo de ajustamento de conduta para encerrar o caso.
Ele está proibido de fazer qualquer tipo de manifestação política dentro da universidade e terá que participar de um curso de ética no serviço público.
Na sua coluna, afirma, escreverá sem qualquer amarra.
Em sua avaliação, o país vive o ponto mais grave da pandemia de coronavírus. “Em dezembro, tivemos um colapso concentrado em Manaus, mas, neste momento o colapso está espalhado, o que faz com que este seja disparado o momento mais preocupante.”
A situação, diz, é resultado não só do vírus, mas de políticas ineficazes. “Era inevitável que a Covid chegasse e causasse muitas mortes em um país da dimensão do Brasil. Mas a magnitude da tragédia era evitável se o país não fosse um fracasso no combate à pandemia.”
No atual cenário, vê no jornalismo profissional o papel fundamental de mostrar o que é fato e o que não é, citando as afirmações erradas do presidente Jair Bolsonaro sobre máscaras, distanciamento social e tratamentos contra o coronavírus. “A circulação de notícias falsas hoje é uma realidade no mundo todo. O que torna o Brasil um caso inédito é que, aqui, o sistema de notícias falsas é liderado pelo governo federal.”
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