Descrição de chapéu Coronavírus

Primeiro dia de lockdown deixa ruas praticamente vazias em Ribeirão Preto

Hospitais divulgam carta à população dizendo que para cada caso de alta há dois pacientes aguardando internação

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Ribeirão Preto

O primeiro dia de lockdown em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), nesta quarta-feira (17), foi marcado por ruas praticamente vazias e por blitze espalhadas pela cidade para restringir a locomoção de pessoas.

Decretado nesta terça pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB), o lockdown tem o objetivo de reduzir a pressão no sistema de saúde da cidade devido ao avanço da Covid-19 e passou a ser seguido por outras cidades da região metropolitana. Já são 12 as cidades que repetiram de forma idêntica a medida ou restringiram as normas já existentes.

Com 94% de ocupação em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) exclusivos para pacientes diagnosticados com Covid-19, Ribeirão chegou a ficar com apenas uma vaga aberta na rede pública no início da semana, o que acendeu o sinal vermelho para o sistema de saúde. O lockdown inicialmente prossegue até domingo (21).

Na cidade, que registrou nesta quarta mais 20 óbitos de pacientes causados pelo novo coronavírus —e chegou a 1.376 na pandemia—, só está permitida a locomoção em cinco hipóteses: comprar medicamentos, socorro médico, embarque ou desembarque no aeroporto ou rodoviária, casos de urgência ou para quem atua em serviços permitidos, como saúde.

Houve blitze da Guarda Civil Metropolitana na avenida Costábile Romano e na alameda Botafogo, em frente aos parques Luiz Roberto Jábali e Maurilio Biagi, respectivamente, principais pontos de ligação da região central com bairros.

Na tarde desta quarta, há 234 internados em UTIs de hospitais públicos e particulares, para 248 vagas abertas. Há outros 206 pacientes em enfermarias.

Imagem mostra terminal de ônibus sem nenhuma pessoa ou veículo
Terminal de ônibus urbano no centro de Ribeirão Preto, vazio no primeiro dia do lockdown na cidade devido à suspensão do transporte coletivo - Divulgação/CCS

O crítico cenário fez hospitais da cidade divulgarem nesta quarta uma carta aberta à população, aprovando o lockdown devido à gravidade da situação.

“Hoje para cada alta que damos de nossas instituições já temos pelo menos dois novos pacientes aguardando a internação, diz trecho da carta, assinada por diretores de nove hospitais, entre eles HC (Hospital das Clínicas), São Lucas e Santa Casa.

Na carta, os hospitais alegam que estão limitados para ampliações, por falta de infraestrutura (física ou equipamentos) ou de profissionais capacitados para esse tipo de atendimento.

“Vimos a público demonstrar a nossa preocupação quanto ao esgotamento absoluto dos recursos para manter o atendimento dentro dos padrões exigidos, mesmo em nossa cidade, que tem um sistema de saúde muito bem organizado e reconhecido nacionalmente.”

Na Clínica Civil, administrada por uma fundação do HC, procedimentos como exames de endoscopia estão sendo adiados, assim como consultas, devido ao avanço da pandemia.

Após decidir que seria decretado lockdown, Nogueira passou a telefonar para prefeitos de outras cidades da região metropolitana com o objetivo de que elas seguissem a medida. Jaboticabal, Batatais, Orlândia e Morro Agudo estão entre as cidades que também ampliaram as restrições.

Já são 12 as cidades da região metropolitana que ampliaram as medidas, entre elas Sertãozinho e São Simão.

Além delas, Rifaina, na região de Franca, decidiu adotar lockdown, mas apenas no próximo final de semana.

O turismo é a principal atividade econômica da cidade, que fica às margens da represa de Jaguara e, junto com Sacramento, cidade de Minas Gerais que fica na outra margem, tem 600 ranchos. Só na cidade paulista, de 3.600 habitantes, há 1.200 lanchas, barcos e motos aquáticas abrigadas em mais de 20 marinas.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.