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Pfizer denuncia casos de vacina falsa contra Covid aplicadas no México e na Polônia

Criminosos se aproveitam de e exploram vulnerabilidade das pessoas, diz farmacêutica

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São Paulo

A empresa farmacêutica norte-americana Pfizer denunciou nesta quarta-feira (21) casos de doses fraudulentas de sua vacina contra Covid-19, produzida em parceria com a empresa alemã BioNTech, sendo aplicadas no México e na Polônia.

O caso foi identificado após 80 pessoas receberem a vacina falsa por um valor de U$ 1.000 a dose (cerca de R$ 5.570) em uma clínica no México. Até o momento, as pessoas não pareceram desenvolver efeitos colaterais após a “vacinação”, mas elas seguem em monitoramento.

Os frascos foram apreendidos pelas autoridades e aguardam testes pela própria farmacêutica para determinar seu conteúdo.

Já na Polônia, a suspeita é de que o conteúdo dos frascos tenha sido trocado por um medicamento anti-rugas.

Bandeja com a vacina em desenvolvimento pela Pfizer e pela BioNTech
Bandeja com a vacina em desenvolvimento pela Pfizer e pela BioNTech - Divulgação

As doses apreendidas no México estavam em caixas de isopores térmicos como as de uso doméstico, e, além da alteração do conteúdo, os rótulos dos frascos tinham informações falsas, como data de validade diferente da original e número de lote falsificado.

As autoridades polonesas apreenderam os frascos na casa de um homem antes que as doses falsas fossem aplicadas.

Em nota, a Pfizer Global afirmou que identificou os casos de falsificação e que "os pacientes nunca devem procurar a compra de vacinas online, uma vez que nenhuma vacina verdadeira está disponível e apenas centros médicos e profissionais da saúde competentes estão autorizados a aplicar as vacinas".

"Estamos cientes que com esse tipo de ambiente —alimentada pela facilidade e conveniência do comércio virtual e pela anonimidade da internet— haverá um aumento de fraudes, desvios e outras atividades ilícitas ligadas às vacinas para Covid-19 e possíveis tratamentos contra a doença."

Disse ainda que a empresa tem "décadas de experiência em proteção contra malfeitos e desvio de produtos para poder antecipar e prevenir potenciais ameaças à produção global da Pfizer/BioNTech das vacinas contra Covid".

"Nosso largo time de profissionais, incluindo ex-funcionários das forças policiais e cientistas forenses, são especialistas em monitorar as tendências [de golpes] e têm meios de identificar possíveis ameaças para a cadeia legítima de produção global, e continuarão a atuar com as autoridades, governos e profissionais da saúde para combater a venda ilegal de vacinas."

Doses falsificadas de vacinas contra a Covid são investigadas em todo o mundo não só da Pfizer, mas também de outras produtoras como Oxford, Moderna e Janssen (Johnson & Johnson). As suspeitas crescem de acordo com o aumento do interesse da população em se vacinar ao mesmo tempo que o mundo enfrenta uma escassez global de vacinas devido à alta demanda.

De acordo com as principais autoridades investigativas, os chamados golpes de vacina começaram a surgir em sites na internet já em dezembro de 2020. A Interpol e o Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos juntaram esforços para o combate à venda ilegal de doses de imunizantes e de outros tratamentos contra Covid-19 online.

Segundo eles, os riscos para os possíveis compradores, além do envolvimento em atividade ilegal, são de tomar um medicamento ou vacina sem o controle e aprovação das agências regulatórias, o que pode trazer riscos à saúde quevão de efeitos adversos à exposição sem proteção.

As autoridades reforçam que as vacinas contra Covid-19 não estão atualmente à venda para usuário e são apenas distribuídas aos governos e, portanto, qualquer pessoa que fizer uma compra também corre o risco de financiar organizações criminosas em todo o mundo.

A Interpol desmontou no início de março um esquema para venda de vacinas falsas contra Covid na África do Sul. Além das cerca de 400 ampolas com o falso medicamento, as autoridades apreenderam também uma grande quantidade de máscaras do tipo PFF2 da marca 3M e prenderam quatro suspeitos, três chineses e um zimbabuano.

No Brasil, após denúncia de empresários recebendo a vacina da Pfizer ilegalmente em um estacionamento da empresa Saritur, em Belo Horizonte, a Polícia Federal confirmou que o conteúdo dos frascos era soro fisiológico.

A análise foi feita após mandados de busca e apreensão na casa da falsa enfermeira responsável por aplicar as doses.

A falsa vacinação em empresários e familiares ocorreu no dia 24 de março, conforme revelou a revista piauí. Cada pessoa que recebeu o suposto imunizante teria pago R$600 pelas duas doses.

A mulher teve seu mandado de prisão emitido pela PF e foi presa por alguns dias, mas foi solta no último dia 9 de abril após a justiça acatar o pedido de habeas corpus.

Ela trabalhava como cuidadora de idosos e não tinha licença para aplicar a vacina. Além dela, o seu filho, que também trabalha como cuidador, é também alvo de investigação.

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