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Bolsonaro pede divulgação de nomes de técnicos da Anvisa que aprovaram vacina para crianças

Agência autorizou o uso do imunizante da Pfizer contra Covid a partir dos cinco anos

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (16) que vai divulgar o nome dos técnicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que aprovaram o uso da vacina da Pfizer contra a Covid para crianças a partir de cinco anos.

"Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de cinco anos, queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento quem são essas pessoas e obviamente forme seu juízo", disse o presidente na transmissão online que faz semanalmente.

Retrato de Bolsonaro
Jair Bolsonaro durante cerimônia de troca da guarda no Planalto nesta quinta (16) - Adriano Machado/Reuters

O mandatário fez questão ainda de ressaltar que a Anvisa não está subordinada a ele, e que não tem como interferir na agência.

A Anvisa editou uma resolução, nesta quinta-feira, por técnicos, autorizando o uso da Pfizer para imunizar crianças. Até então, o modelo da fabricante tinha o uso permitido no país apenas em pessoas com mais de 12 anos.

Bolsonaro leu ainda alguns possíveis efeitos adversos da vacina, que constam na nota técnica da Anvisa, e disse que todos os pais deveriam lê-la.

Segundo o presidente, ele "estudará" o documento com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para decidir se vacinará sua filha Laura, de 11 anos.

Uma vez que a vacina da Pfizer já possui registro, a decisão de ampliar o público-alvo é feita pela área técnica.

Como o tema é sensível, os diretores fizeram um comunicado hoje à imprensa, apenas referendando o que já havia sido decidido. A resolução será publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira (17).

Pelo menos duas ameaças foram enviadas à Anvisa contra diretores e técnicos do órgão de grupos contrários à vacinação das crianças. No primeiro caso, o autor foi identificado e levado a depor.

A agência pediu proteção a dirigentes e técnicos mais expostos, mas a Polícia Federal ainda não concedeu, afirmou à Folha o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. Ele disse não saber se o pedido foi negado ou está em análise, e a PF não respondeu à reportagem.

Apesar do anúncio da Anvisa, caberá ao Ministério da Saúde decidir quando iniciar essa vacinação, o que não deve ocorrer imediatamente, já que a pasta ainda não solicitou a compra das doses —o produto não é igual ao usado em outras faixas etárias. A previsão é imunizar 70 milhões de crianças.

De acordo com a Pfizer, o contrato para fornecimento de 100 milhões de vacinas em 2022 inclui a possibilidade de entrega das versões modificadas do imunizante, tanto para combater a nova variante ômicron quanto para proteger crianças. A farmacêutica confirmou que nenhuma dose pediátrica foi enviada ao Brasil.

A empresa disse que não é preciso realizar um aditivo no contrato. Para garantir a entrega das doses específicas das crianças, basta um pedido do ministério. A Pfizer não informou em quanto tempo pode enviar essas vacinas após ser acionada pela Saúde.

Gestores do ministério estimam que as doses comecem a chegar no próximo mês. Procurada, a pasta não se manifestou.

Com postura negacionista, Bolsonaro diz não ter se vacinado. Inclusive, por isso, teve de realizar um teste PCR para poder participar da cerimônia de posse no STF (Supremo Tribunal Federal) de André Mendonça, seu indicado.

O comprovante de vacinação ou o resultado negativo do teste são exigências da corte.

A transmissão da live semanal ocorre da Catedral da Baleia, onde o presidente, 15 ministros e autoridades dos outros poderes, além de lideranças religiosas, participarão de culto em homenagem a Mendonça.

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