Descrição de chapéu Coronavírus

Vacina da Pfizer neutraliza variante ômicron com 3 doses, diz empresa

Laboratório vai manter esforços para desenvolver versão do imunizante para nova cepa

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Reuters e AFP

A BioNTech e a Pfizer informaram nesta quarta-feira (8) que três doses de sua vacina contra Covid-19 neutralizaram a variante ômicron do novo coronavírus em um teste de laboratório. Além disso, seria possível oferecer uma versão do imunizante para a nova cepa em março de 2022, caso seja necessário.

Na primeira declaração oficial dos fabricantes sobre a eficácia de seu produto contra a nova cepa, eles disseram que duas doses da vacina resultaram em anticorpos neutralizantes significativamente mais baixos. Com a terceira dose, porém, houve aumento de anticorpos neutralizantes.

"A primeira linha de defesa, com duas doses de vacina, talvez fique comprometida [com a variante] e três doses são necessárias para restaurar a proteção", afirmou a médica Ozlem Tureci, da BioNTech. Segundo a empresa, duas doses ainda protegem contra casos graves.

Ugur Sahin, presidente da empresa alemã, sugeriu a países que considerem a possibilidade de reduzir o intervalo de aplicação entre a segunda e a terceira dose.

Enfermeira prepara dose de vacina da Pfizer contra Covid-19 - Clodagh Kilcoyne/Reuters

"Garantir que o maior número possível de pessoas esteja totalmente vacinado com as duas primeiras doses e com a de reforço continua sendo a melhor forma para prevenir a disseminação do Covid-19", disse o presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla.

Embora não se tenha certeza sobre sua necessidade, as empresas disseram que vão manter os esforços para desenvolver uma vacina voltada para a variante ômicron.

O anúncio feito neste quarta está em consonância com dados preliminares divulgados nesta terça (7) pelo laboratório do Instituto Africano de Pesquisa em Saúde, na África do Sul. A análise indicou que a variante do coronavírus pode escapar parcialmente da proteção oferecida por duas doses da vacina e que a terceira dose poderia ajudar a frear a doença.

Cautela

Em entrevista nesta terça (7), o diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou que, até o momento, não existem provas de que a ômicron seja mais grave do que as outras variantes do coronavírus.

"É muito cedo, temos que ser cautelosos em como interpretamos esses sinais", disse ele.

Para Ryan, não há por que duvidar da eficácia das vacinas atuais. "Temos vacinas muito eficientes que provaram seu poder contra as variantes até agora, em termos de gravidade da doença e de hospitalização", afirmou.

O diretor da OMS admitiu, entretanto, que existe a possibilidade de que as vacinas existentes percam certa eficácia diante da ômicron, que conta com mais de 30 mutações da proteína da espícula, sobressalente e que permite a invasão das células.
É "altamente improvável", porém, que possa escapar de todas as proteções trazidas pela vacina, afirmou o epidemiólogo de 56 anos. "Temos que confirmar se há alguma brecha nessa proteção, mas eu acredito que seja a mesma proteção."

"Os dados preliminares da África do Sul não indicam que teremos uma perda catastrófica de eficácia. Na verdade, é o contrário por enquanto", continuou Ryan, garantindo que "a melhor arma que temos agora é a vacinação".

Mesmo que ainda não haja dados confirmando o impacto da variante para os imunizantes atuais, alguns especialistas já afirmaram que existe um risco alto de as vacinas perderem capacidade de proteção. Por isso, outros estudos estão sendo feitos para analisar se existe algum escape vacinal pela ômicron.

O presidente da Moderna, por exemplo, já indicou que a vacina do laboratório pode ser menos eficaz contra a variante. Segundo ele, a empresa pretende desenvolver uma nova dose específica para a ômicron até março de 2022.

Outra empresa preocupada com a nova variante é a Sinovac Biotech, responsável pela fabricação da vacina Coronavac. Nesta terça (7), a farmacêutica afirmou que uma versão atualizada do imunizante contra a ômicron deve estar disponível em três meses.

A AztraZeneca está examinando a eficácia de sua vacina contra a nova cepa. O cientista britânico Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, considera ser possível criar um um novo imunizante "muito rápido".

A variante também despertou dúvidas acerca da eficácia de drogas que vêm sendo testadas.

A farmacêutica Regeneron disse que seu medicamento talvez seja menos eficaz no caso de tratamento de infectados com a nova variante.

Já a pílula molnupiravir, produzida pelo grupo farmacêutico MSD (nos EUA e no Canadá se chama Merck, Sharp & Dohme), deve produzir o mesmo efeito contra qualquer cepa do coronavírus, segundo a empresa.

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