Ana Estela Haddad deve chefiar nova secretaria no SUS; veja cotados para a Saúde

Professora da Faculdade de Odontologia da USP e mulher de Fernando Haddad, ela foi convidada para comandar área de tecnologia e telessaúde da pasta

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Brasília

A professora e ex-primeira-dama de São Paulo Ana Estela Haddad deve chefiar a Secretaria da Saúde Digital do Ministério da Saúde, pasta que será criada na gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O convite foi feito pela futura ministra da Saúde, Nísia Trindade, e, segundo pessoas que acompanham as discussões, foi aceito.

Como a Folha antecipou, a equipe de Lula na Saúde sugeriu a criação de uma secretaria voltada à tecnologia do SUS. Com isso, o Datasus (sistema de informática do SUS) seria direcionado para a nova pasta —que também deve cuidar da área de telessaúde.

A professora da USP Ana Estela Haddad durante entrevista para a Folha
A professora da USP Ana Estela Haddad durante entrevista para a Folha - Zanone Fraissat - 10.dez.22/Folhapress

No início deste mês, Ana Estela tomou posse como professora titular do departamento de ortodontia e odontopediatria da Faculdade de Odontologia da USP. Ela é a primeira mulher a assumir o cargo na história da instituição.

Ana Estela tem conhecimento na área da telessaúde e atua como coordenadora do Núcleo de Telessaúde e Teleodontologia da Faculdade de Odontologia da USP. Ela também é membro do Comitê Assessor da Rede Universitária de Telemedicina e diretora Científica da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde.

Também já atuou como assessora do ministro da Educação de 2003 a 2005 e foi diretora de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde de 2005 a 2012.

Ana Estela é casada com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O presidente diplomado anunciou a escolha de Haddad ao cargo no início do mês.

O ex-prefeito Fernando Haddad e a professora Ana Estela Haddad ao lado dos filhos Frederico e Ana Carolina Haddad - Arquivo pessoal

A assessoria de comunicação de Nísia Trindade disse que a futura ministra ainda está em negociações e não fechou todos os nomes que vão compor a sua equipe. A previsão é que sejam divulgados no dia 2 de janeiro.

O presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Nésio Fernandes, foi convidado e deve ocupar a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde.

Fernandes também é secretário de Saúde do Espírito Santo desde janeiro de 2019. Ele é médico sanitarista, especialista em medicina preventiva e social e em administração em saúde.

Também do Espírito Santo, a epidemiologista Ethel Maciel deve ocupar a Secretaria de Vigilância em Saúde. Ela é professora do departamento de enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).

Ethel Maciel havia recebido 26 votos do Conselho Universitário, que decide a lista tríplice que é enviada ao governo federal, para assumir a reitoria da Ufes. Entretanto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) optou por outro nome.

A SCTIE (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos) deve ser comandada por Carlos Gadelha. Doutor em economia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), ele foi vice-presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e atuou em ministérios das gestões anteriores de Lula e de Dilma Rousseff (PT).

A pasta que deve ser ocupada por Gadelha é considerada estratégica por lidar com pesquisa, além das parcerias entre laboratórios públicos e privados para produção de insumos e medicamentos.

Anunciada na quinta-feira (22) para o comando do Ministério da Saúde no governo Lula, a socióloga Nísia Trindade Lima, 64, é a primeira mulher a ocupar o cargo em quase 70 anos de história da pasta.

Nísia ingressa no momento em que o governo de transição vê um desmonte histórico no SUS, com perda de recursos, queda na cobertura vacinal e falta de coordenação com estados e municípios.

Graduada em ciências sociais, mestre em ciência política, doutora em sociologia, Nísia assumiu a presidência da Fiocruz em 2017, cumprindo atualmente o segundo mandato. Ela é servidora da fundação desde 1987.

Eleita com 60% dos votos de trabalhadores, pesquisadores e professores da Fiocruz, foi a primeira mulher a presidir a centenária instituição, referência em ciência, saúde pública e tecnologia em saúde da América Latina.

Nísia liderou o acordo da Fiocruz com a AstraZeneca para a produção no Brasil de vacinas contra a Covid-19. Na gestão dela, a fundação ainda foi escolhida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como centro de desenvolvimento e produção de vacinas com a tecnologia de RNA mensageiro na América Latina.

Veja nomes que devem assumir cargos no Ministério da Saúde

Secretaria-executiva

Swedenberger do Nascimento Barbosa, assessor na Fiocruz-Brasília e professor na Escola de Governo Fiocruz (EGF) nos cursos de especialização em saúde coletiva e mestrado profissional em políticas públicas em saúde.

Secretaria de Saúde Digital

Ana Estela Haddad, professora titular do departamento de ortodontia e odontopediatria da Faculdade de Odontologia da USP.

Secretaria de Atenção Primária à Saúde

Nésio Fernandes, presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e secretário de Saúde do governo do Espírito Santo.

Secretaria de Vigilância em Saúde

Ethel Maciel, professora do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).

Secretaria de Atenção Especializada à Saúde

Helvécio Miranda, médico, foi secretário nacional de Atenção à Saúde na gestão de Alexandre Padilha (PT) no Ministério da Saúde.

Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

Isabela Pinto, professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos

Carlos Gadelha, doutor em economia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foi vice-presidente da Fiocruz e atuou em ministérios de Lula e de Dilma Rousseff (PT)

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