Fabricante do Ozempic alerta para risco de golpe na venda de remédios em promoção

Novo Nordisk informou usuários que funcionários não entram em contato oferecendo ofertas aos consumidores

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Ribeirão Preto

A Novo Nordisk, fabricante de medicações usadas para tratar diabetes e, off label, gerar emagrecimento, como Ozempic e Rybelsus, disparou um alerta de golpe aos usuários. A mensagem informa que seus funcionários "não entram em contato oferecendo promoções diferenciadas" e pede que os pacientes desconfiem de "qualquer mensagem" com este perfil.

A recomendação é lidar apenas com "farmácias confiáveis". Outra possibilidade é buscar farmácias pelo site do Programa NovoDia, ferramenta disponibilizada pela farmacêutica que permite encontrar o local credenciado mais próximo a partir do código de endereçamento postal (CEP).

Homemprepara a injeção de Ozempic - Myskin/Adobe Stock

Em caso de dúvidas sobre a procedência dos remédios, a orientação é acessar a página da empresa para consultar os produtos comercializados, e procurar o atendimento ao consumidor.

À Folha, a Novo Nordisk informou que a denúncia chegou via SAC e que o "alerta foi realizado pois a Novo Nordisk tomou conhecimento de que pessoas têm se passado por colaboradores para realizar vendas de produtos".

A empresa não especificou por quais meios foram feitas as tentativas de golpe, mas reforçou que a Novo Nordisk não faz venda direta e que todos os produtos da fabricante "são comercializados por meio de farmácias e drogarias homologadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]."

A Novo Nordisk não confirmou se os contatos se restringiam à venda de Ozempic ou se também afetavam outras medicações sob patente da empresa que imitam o hormônio GLP-1, ligado à saciedade.

Se enquadram no perfil produtos como Victoza e Saxenda, feitos à base de liraglutida, que são usados para tratar diabetes tipo 2 e obesidade, respectivamente. As novas tecnologias de GLP-1 têm revolucionado a indústria de medicamentos para perda de peso por apresentarem resultados significantes com maior segurança para o sistema cardiovascular.

Lotes falsificados

Em outubro, o Brasil registrou casos de falsificação de Ozempic. A Novo Nordisk alertou a Anvisa de que a empresa não reconhecia como original o lote LP6F832, com validade até novembro de 2025. Além disso, unidades do lote MP5C960 apresentavam na embalagem descrição em espanhol e concentração diferente da original, indicando a fraude.

O país teve ao menos dois episódios de produtos fraudados e um de divulgação irregular do medicamento, segundo resoluções da Anvisa publicadas no Diário Oficial da União.

A injeção de Ozempic, assim como Rybelsus, versão em comprimido do mesmo medicamento, é recomendada e liberada no Brasil apenas para tratamento de diabetes tipo 2, mas ganhou grande projeção mundial como emagrecedor.

A semaglutida, princípio do remédio que leva a mais perda de peso que a liraglutida, provoca reduções de até 17% do peso. Também foi liberada este ano (em outra dosagem) para o tratamento de obesidade com comorbidade sob o nome de Wegovy, mas ainda não está à venda. Não há versão genérica ou biossimilar do produto, que só pode ser comercializado pela Novo Nordisk até o final da patente, previsto pelo menos até 2026 no caso da injeção e para 2031, no caso do formato comprimido.

Pouco antes, as falsificações de Ozempic repercutiram também na Europa e na América Central e do Norte, onde também houve denúncias de produtos adulterados sendo vendidos como originais, levando a um alerta às agências sanitárias internacionais.

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