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Vacina da dengue causa reação alérgica em 70 pessoas; número é considerado baixo

Dos 16 casos graves de reação alérgica, foram três casos de choque anafilático

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Brasília

O Ministério da Saúde identificou 70 casos de reações alérgicas relacionadas à aplicação da vacina contra a dengue, sendo 16 casos graves. Este número é considerado baixo pelos membros da pasta e especialistas, uma vez que está dentro de um universo de 365 mil doses aplicadas na rede pública e privada.

No total, foram 529 notificações de eventos leves, moderados, graves e erros de vacinação, sendo que 80% desse quantitativo foi considerado leve. Nenhum registro evoluiu para morte.

Enfermeira aplica dose de vacina contra dengue no braço de paciente
Profissional da saúde aplica vacina contra dengue no Rio de Janeiro - SMS

Segundo membros da pasta, não houve registro de reações anafiláticas ou eventos de choque anafilático relacionados ao uso do imunizantes durante estudos clínicos. Contudo, a partir da farmacovigilância da vacinação, identificou-se um sinal de segurança para reações de hipersensibilidade e anafilaxia.

Dos 16 casos graves de reação alérgica, foram três casos de choque anafilático.

A análise foi conduzida pelo Ministério da Saúde em colaboração com a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e o Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e Outros Imunobiológicos na quinta-feira (7). O objetivo era avaliar casos de eventos supostamente relacionados à vacina contra a dengue.

"É um número pequeno frente ao número de doses aplicadas, mas o Ministério da Saúde zelando pela transparência fez uma nota técnica e vem diante a sociedade trazer o que está acontecendo", diz Eder Gatti, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis.

A pasta divulgou nesta sexta-feira (8) que o Brasil aplicou 365 mil doses de vacina, sendo 250 mil pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

O ministério afirma que o número de doses da vacina disponibilizadas pelos fabricantes está limitado e, por essa razão, a imunização está sendo administrada apenas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos que vivem em municípios com alta transmissão da doença e incidência do sorotipo 2.

A ministra da Saúde, Nisia Trindade, afirma que no momento não há planos para ampliar a faixa etária, principalmente pela limitação de doses. No entanto, não descarta que isso possa ocorrer.

"Neste momento nós não temos base para ampliação, porém vamos estar monitorando a vacinação tal como começamos com 10 a 11, estamos ampliando para 10 a 14", diz.

De 1º de janeiro a 6 de março de 2024, o Brasil totalizou 1.289.897 casos prováveis de dengue com 329 mortes e outras 767 em investigação, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Em média, foram 19.544 infecções por dia.

No mesmo período de 2023, o país chegou a 261.434 —média de quatro casos por dia. Ao considerar o ano passado inteiro, houve 1.658.816 infecções e 1.094 óbitos.

Entende-se como casos prováveis todos os notificados, exceto os descartados.

A incidência da doença no país em 2024 —635,2 por 100 mil habitantes— indica epidemia. De acordo com o critério utilizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo Ministério da Saúde para a classificação da doença em relação à população.

A maior parte dos casos prováveis está concentrada nas mulheres (55,5%). No país, dados do painel apontam que outros 41,89% ocorreram em homens.

Nos dois gêneros, as faixa etárias com mais ocorrências da dengue são as de 30 a 39 (138.089 casos prováveis), 40 a 49 (210.668) e 50 a 59 (195.119). O intervalo com menos infecções prováveis vai de 1 a 4 anos (36.400).

Pardos (49,26%) e brancos (41,89%) foram os que mais tiveram infecções, seguidos por pretos (6,98%), amarelos (1,58%) e indígenas (0,29%).

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