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Penso que todos podem ser atléticos, diz atleta mais pesada dos Jogos
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DA REUTERS
A atleta Holley Mangold, 22, americana do levantamento de peso, se orgulha de ser a mulher mais pesada da Olimpíada. Mangold tem 157 quilos e compete na categoria acima de 75 kg.
Assim como outras atletas, Mangold também expõe sua frustração com a opinião pública que, muitas vezes, valoriza mais as medidas de seu corpo do que suas habilidades e preparo físico.
"Entre eu e minha colega de equipe [Sarah Robles], eu penso que todos podem ser atléticos em qualquer peso", afirma Mangold. "Não quero dizer que qualquer um é atlético, mas um atleta pode ter qualquer medida". Em seu Twitter, a atleta define-se "Amando a vida, vivendo grande".
Em 2012, várias atletas mulheres do alto escalão olímpico criticaram quem as chamou de gordas. Entre elas, Jessica Ennis, britânica do heptatlo, Liesel Jones, nadadora australiana e mesmo o time feminino de futebol do Brasil. O técnico de Camarões chamou as atletas de "um pouco pesadas" depois da derrota para o time do Brasil por 5 a 0.
Mangold ficou em 10º lugar, depois de uma lesão no pulso.
A atleta britânica do triatlo Hollie Avil, que competiu nos últimos Jogos Olímpicos de Pequim, deixou o esporte de alta-performance depois de distúrbios alimentares causados por um técnico que a chamava de gorda frequentemente.
A britânica Ennis, que ganhou medalha de ouro em Londres, foi acusada de estar muito pesada em um ranking oficial do país.
A australiana Leisel Jones, tricampeã na natação, foi questionada por jornais de seu país sobre seu peso. O comentário era de que Jones estava mais gorda do que em 2008. "Estou envergonhada pelo modo como a mídia australiana está tratando Leisel", afirmou em seu Twitter a nadadora Melanie Schlanger, colega de Jones.
Dominic Ebenbichler - 30.jul12/Reuters |
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Zoe Smith, do levantamento de peso |
Jones fez parte da equipe que ganhou medalha de bronze no revezamento.
Rebecca Adlington, que ganhou dois bronzes em Londres, afirmou aos repórteres que ela evitava entrar no Twitter durante a Olimpíada por causa de vários comentários ofensivos sobre sua aparência.
A levantadora britânica Zoe Smith ganhou fãs quando ela rebateu no Twitter comentários que afirmavam que ela parecia "lésbica", um "homem". Smith respondeu que quem a criticava eram homens chauvinistas, teimosos e que sentiam sua masculinidade ameaçada porque ela era mais forte que eles.
"Não levanto pesos para me sentir mais gostosa", afirma Smith, que quebrou o recorde de seu país em Londres na categoria dos 68 kg.
"Nós, assim como toda mulher com um pouco de autoconfiança, preferimos um homem que é confiante o suficiente para não se sentir menos másculo porque nós não somos fracas nem frágeis", completou.
Os Jogos de Londres foram apelidados de "Jogos das mulheres", por incluírem o sexo feminino em todas as modalidades e nos times de todos os países que participam da Olimpíada. A esperança é que isso incentive outras mulheres a entrarem no esporte e praticarem atividade física.
Segundo Fundação dos Esportes e Exercícios para Mulheres, da Grã-Bretanha, e que trabalha para inserir mais mulheres no prática esportiva, aponta que apenas 12% das adolescentes britânicas na faixa dos 14 anos realiza a atividade física recomendada.
Sue Tibballs, chefe da organização, afirma que as meninas associam o esporte a uma imagem corporal negativa. Essa seria uma das principais razões para o sedentarismo. Para elas, afirma Sue, é mais importante ser magra do que ter uma boa forma física.
Essa atitude negativa sobre o corpo afeta as atletas olímpicas também, segundo Sue. Muitas estão em uma condição física boa e com um corpo saudável mas são criticadas por serem gordas.
"Atletas mulheres recebem com frequência comentários sobre sua aparência, mas o mesmo não ocorre com os homens", afirma Tibballs. "Isso realmente acrescenta uma pressão sobre mulheres atletas, muitas delas já tiveram, inclusive, distúrbios alimentares porque estão em uma rotina controlada em que o peso é algo importante."
Phil Noble, Lucy Nicholson/Reuters | ||
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Combinação de fotos da britânica Jessica Ennis, campeã do heptatlo |
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