Diretor de arbitragem nega interferência externa na final do Paulista

Dionísio Roberto Domingos diz ao TJD que estava em campo como tutor

São Paulo

O diretor de arbitragem da FPF (Federação Paulista de Futebol), Dionísio Roberto Domingos, negou em depoimento nesta terça (17) ao TJD-SP (Tribunal de Justiça Desportiva) ter participado da decisão que anulou o pênalti marcado em Dudu, do Palmeiras, no segundo jogo da final do Campeonato Paulista. Na ocasião, o Corinthians venceu o rival por 1 a 0 e conquistou o título estadual nas penalidades.

Dionísio é acusado pelo clube alviverde de ter interferido na decisão do árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza, que havia assinalado falta dentro da área do corintiano Ralf no atacante palmeirense.

Também foram convocados para prestar depoimento o delegado da partida, Agnaldo Vieira, os assistentes Anderson José de Moraes Coelho e Daniel Paulo Ziolli, o assistente adicional Alberto Poletto Masseira, o quarto árbitro Adriano de Assis Miranda e o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza. A sessão durou mais de sete horas.

Nas imagens de circuito interno apresentadas pelo Palmeiras como prova de uma suposta interferência externa, o diretor de arbitragem aparece se aproximando do assistente Anderson José de Moraes Coelho. Segundo o clube, neste instante, Dionísio teria se comunicado com o bandeira.

"Ele chegou perto de mim em um momento. Eu percebi que ele estava chegando perto porque ele chama minha atenção pela cor diferente na minha visão periférica. Eu olho para ele, volto meu rosto aos atletas, e é isso", declarou Anderson.

O árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza durante atuação na decisão do Campeonato Paulista de 2018
O árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza durante atuação na decisão do Campeonato Paulista de 2018 - Robson Ventura - 8.abr.18/Folhapress

Dionísio afirmou que estava dentro de campo como tutor da arbitragem, assim como José Henrique de Carvalho, e admitiu que portava um telefone celular no momento da partida, mas reiterou que o mesmo estava desligado, o que impossibilitaria ele de receber informações de fora.

O árbitro assistente adicional Alberto Poletto Masseira, que não pode participar dos processos de tomada de decisão da equipe de arbitragem e tem como função principal substituir algum assistente que não possa seguir no jogo, negou contato com Dionísio ou com o quarto árbitro Adriano de Assis Miranda.

Confrontado com um vídeo que o mostra correndo em direção a Adriano durante a confusão, Masseira afirmou que não passou nenhuma informação a ele sobre o lance do pênalti e que tentou apenas tirá-lo do meio da confusão formada por jogadores. A versão foi confirmada por Adriano em seguida. Masseira também negou que tenha recebido de fontes externas a informação de que o pênalti havia sido marcado incorretamente.

Já Adriano disse em seu depoimento que avisou imediatamente, via rádio, ao árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza que não havia sido falta no lance de Ralf em Dudu e sim escanteio. "Canto, canto, canto", ele afirma ter dito. No entanto, o juiz disse que o barulho do estádio impossibilitou que ele ouvisse Adriano.

Toda a confusão fez com que a partida ficasse paralisada por oito minutos.

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