Vanderlei supera mais uma vez desconfiança no Santos

Para o goleiro, equipe luta para não se tornar invisível na atual temporada

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Vanderlei domina a bola em partida do Santos no Campeonato Brasileiro do ano passado
Vanderlei domina a bola em partida do Santos no Campeonato Brasileiro do ano passado - Ivan Storti-4.out.18/Santos FC
Santos

Vanderlei, 35, coleciona superações desde a chegada ao Santos. A primeira e principal delas, em março de 2015, quando sofreu múltiplas lesões na face após uma dividida com o atacante Rildo, então na Ponte Preta.

Em 2017, uma fratura que acarretou uma cirurgia em um dos dedos da mão. Em alta, no mesmo ano, ainda sofreu a frustração de não ter sido chamado por Tite para a seleção brasileira.

Agora em janeiro, o episódio mais recente. Nome mais utilizado pelo clube na última temporada – presente em 63 dos 68 jogos –, já não era absoluto na própria posição. Ouviu que o novo técnico, o argentino Jorge Sampaoli, priorizava a contratação de outro goleiro como parte fundamental para o sistema de jogo idealizado por ele. 

“Fiquei chateado e falei isso. O Santos buscar um goleiro é algo normal. Só acho que foi conduzido de forma errada, pois expôs nosso trabalho”, disse à Folha.

Pouco midiático, Vanderlei às vezes até passa uma imagem fechada pelo semblante sério e de poucas palavras. Precisou, portanto, provar em campo que o argentino teria mais do que um goleiro que só defendia.

 “Ele [Sampaoli] não conhecia a equipe, só por vídeos. E tem coisas que só o dia a dia mostra, precisa dar tempo ao tempo”.

Vanderlei, de fato, se adequou à nova realidade de Sampaoli para não perder o posto que conquistou. De acordo com o Footstats, foi responsável por 127 passes no Campeonato Paulista, com somente dois erros, 98,4% de aproveitamento no fundamento.

O camisa 1 mais do que dobrou a própria participação com os pés se comparado com o último Campeonato Brasileiro. Na competição nacional, a média era de pouco mais de 11 passes por partida. No Paulista, o número de passes por jogo já é superior a 25. 

O técnico se rendeu. Logo na estreia da equipe no Paulista, o primeiro jogo de Sampaoli na Vila Belmiro, viu Vanderlei ser aplaudido todas as vezes que tocava com a bola nos pés.

“Ele (Vanderlei) está trabalhando no estilo de jogo que queremos. Evidentemente que é muito mais ídolo que eu aqui”, afirmou após a vitória por 1 a 0 contra a Ferroviária, em 19 de janeiro.

Fez outros seguidos elogios públicos sobre o desempenho do jogador e formalizou um pedido de desculpas no vestiário.

“Foi um mal entendido, ele esclareceu. Conversamos muitas coisas, isso precisa ser resolvido aqui dentro, falamos isso. Foi olho no olho, futebol tem que ser assim”, explicou o goleiro.

A preocupação de Vanderlei e de Sampaoli, agora, é a mesma. Que o Santos que arrancou no início de temporada marcando 20 gols, média de quase três por partida, não se torne previsível como no último ano.

Um dia depois a vitória por 4 a 1 sobre o Bragantino, no interior paulista, partida em que o Santos teve atuação elogiada até mesmo pelo técnico adversário, os jogadores do Santos ficaram por mais de uma hora no CT Rei Pelé ouvindo e assistindo correções em vídeo do técnico Jorge Sampaoli. A prática, assim como os treinos em alta intensidade, já viraram comum com o argentino.

“Já estamos mais visados, os adversários estão estudando até a nossa saída de bola, marcando em cima com três jogadores. Temos trabalhado vários sistemas e o Sampaoli tem mexido de acordo com o adversário”, explicou.

Sampaoli tem insistido nos bastidores pela contratação de mais jogadores. Até aqui, o Santos trouxe o meia venezuelano Soteldo, o zagueiro colombiano Felipe Aguilar, o goleiro Everson e o meia peruano Christian Cueva. 

“Para sermos campeões precisaremos nos fortalecer com grandes peças. Sabemos que temos um elenco reduzido”, disse Vanderlei.

Até aqui, contabilizando o amistoso com o Corinthians, em 13 de janeiro, são cinco vitórias, um empate e uma derrota, a goleada sofrida por 5 a 1 para o Ituano, em Itu, considerado por Sampaoli como um acidente de percurso.

Antes disposto a abrir mão de Vanderlei, o argentino e o jogador agora lutam para manter em alta o novo Santos.

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