Willian ganha chance após deixar de ser titular no Chelsea

Atacante começou no banco 18 vezes e admite que não fez boa temporada

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Porto Alegre

Escolhido por Tite para substituir Neymar, 27, na lista de jogadores do Brasil na Copa América, Willian, 30, vem de uma temporada na qual não foi titular na maioria dos jogos no Chelsea. Sob comando do italiano Maurizio Sarri, que chegou ao clube há um ano, o atacante se alternou entre a escalação inicial e o banco de reservas.

O brasileiro começou 18 partidas entre os suplentes e acabou entrando em 13 delas. O número, em si, não é tão diferente do registrado em campanhas anteriores, com o habitual rodízio promovido na formação inicial, mas a mudança no prestígio em relação aos tempos de José Mourinho e Antonio Conte ficou claro.

Willian em treino da seleção brasileira durante a Copa do Mundo da Rússia, em 2018
Willian em treino da seleção brasileira durante a Copa do Mundo da Rússia, em 2018 - Eduardo Knapp-26.jun.18/Folhapress

Willian passou a ser preterido em partidas importantes. No último jogo da temporada, por exemplo, a final da Liga Europa contra o rival Arsenal, no Azerbaijão, o atleta foi reserva. Ele entrou no segundo tempo, aos 26 minutos, quando o placar já apontava 3 a 0 – seu time acabaria vencendo a final por 4 a 1.

“A minha temporada não foi boa. Não foi a minha melhor, pois sei que posso render muito mais. No geral, até que foi boa pelos números de gols marcados e assistências, mas espero que possa melhorar bastante na próxima temporada”, afirmou o jogador, pouco antes da decisão em que começou sentado.

De fato, mesmo diante da presença recorrente no banco, os números são respeitáveis. Com os 43 jogos que fez desde o apito inicial, o paulista totalizou 56 participações com a camisa azul, com oito gols e 14 assistências. Marcas que ajudaram Tite a apostar novamente no paulista, um de seus titulares na última Copa do Mundo.

O gaúcho já havia convocado o jogador duas vezes desde o Mundial da Rússia. O atacante jogou três partidas pela seleção, contra Estados Unidos, El Salvador e Camarões, mas deixou de ser figura constante – entre outubro de 2013 e outubro de 2018, foram cinco anos de presença em todos os chamados, com Tite ou Luiz Felipe Scolari.

Essa experiência de 65 jogos em verde-amarelo pesou em uma Copa América na qual a prioridade é vencer, não renovar o time de olho no próximo Mundial. O treinador sabe que triunfar em casa é necessário neste momento de seu trabalho, e Willian acabou levando vantagem sobre atletas menos experimentados na equipe nacional – Vinicius Júnior, apontado como um dos concorrentes, nem chegou a defender a seleção principal.

De volta ao time brasileiro, o paulista de Ribeirão Pires herdou a camisa 10 de Neymar. E vai se juntar ao grupo com a possibilidade real de brigar por posição, justamente por ter uma vivência maior no futebol e na seleção do que os concorrentes Richarlison, 22, David Neres, 22, e Everton, 23.

Só na Europa, são 12 anos. Após um bom e breve começo no Corinthians, ele passou cinco temporadas e meia no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, e teve uma rápida passagem de seis meses pelo Anzhi Makhachkala, da Rússia, antes de chegar ao Chelsea.

Willian se estabeleceu na equipe londrina enquanto ganhava espaço também na seleção. Ele está no clube desde 2013/14 e, já tendo no currículo duas taças do Campeonato Inglês, uma da Copa da Inglaterra, uma da Copa da Liga Inglesa e uma da Liga Europa vestindo azul, não parece próximo de sair.

O brasileiro não é mais considerado inegociável, como em outras épocas, mas suas chances de permanecer aumentaram bastante com a transferência de Hazard para o Real Madrid. Como o Chelsea está punido por violar regras no acerto com jogadores menores de idade e não pode contratar atletas nesta janela de negociações, ficar com seu camisa 22 parece ser a alternativa mais prudente.

No momento, porém, após um período de ausência, a realidade de Willian é a seleção brasileira. Aguardado pelo grupo em Porto Alegre neste sábado (8), ele tem a oportunidade de recuperar seu espaço e voltar a marcar presença constante na equipe verde-amarela. 

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