Descrição de chapéu Copa América

Zagueiro barrado pelo porteiro é aposta do técnico da Argentina

Germán Pezzella, que joga na Fiorentina, virou homem de confiança de Scaloni

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Salvador

Germán Pezzella quase não viajou para Salvador. Ele sofreu uma fratura no maxilar após uma dividida de cabeça no Campeonato Italiano no início de maio, teve de passar por cirurgia e passou a ser dúvida para a convocação.

O técnico Lionel Scaloni o manteve na lista e o tem mantido como titular nos treinos antes da estreia da Argentina, contra a Colômbia, neste sábado (15). “Pelo menos desta vez as pessoas sabem quem eu sou”, se diverte o defensor capitão da Fiorentina, da Itália.

À esquerda, o zagueiro mascarado Germán Pezzella, ao lado do atacante Sergio Aguero
À esquerda, o zagueiro mascarado Germán Pezzella, ao lado do atacante Sergio Aguero - Juan Mabromata/AFP

O episódio ficou marcado na carreira do jogador de 27 anos. Ao se apresentar em 2017 no prédio da AFA (Associação de Futebol Argentino) em Ezeiza, nos arredores de Buenos Aires, foi barrado na portaria. Teve de apresentar o RG para provar que havia sido chamado pelo técnico Jorge Sampaoli. Era a sua primeira convocação e os porteiros do centro de treinamento não sabiam quem ele era.

Era uma época em que ele tinha muita esperança de ser lembrado para o Mundial da Rússia, mas ficou fora. Com a chegada de Scaloni, ele se tornou um dos pilares do processo de renovação da seleção argentina, um dos atletas mais queridos do elenco, segundo funcionários da AFA.

Mesmo que ele não tome parte nos torneios de truco que acontecem todos os dias e noites no hotel onde a delegação está hospedada na Bahia.

Pezzella fez os primeiros treinos com uma máscara de proteção no rosto e a fratura apareceu logo após se recuperar de lesão na coxa direita sofrida em fevereiro.

A ideia do treinador é que ele ofereça uma solidez defensiva que a seleção argentina não tem há algum tempo. Pelo menos desde o mata-mata da Copa do Mundo de 2014, quando Alejandro Sabella mudou o esquema durante o torneio para enfatizar a questão defensiva e a Argentina chegou à decisão.

“Desde a primeira convocação, Scaloni trabalha com uma ideia na cabeça. Ele não muda os conceitos a cada partida. Queremos que todo o time tenha solidez, não apenas a defesa”, disse, sério, ao lado do meia Rodrigo De Paul, um dos mais brincalhões do elenco que está no Brasil para a Copa América.

O que Pezzella oferece também é uma alternativa de liderança mais efetiva em campo. A braçadeira é de Messi e ninguém contesta. Mas quando todos os jogadores e integrantes da comissão técnica afirmam que Lionel lidera pelo exemplo e não com palavras, querem dizer que ele não sabe orientar e dar broncas nos companheiros quando preciso. Uma figura que a Argentina perdeu a partir do momento em que Javier Mascherano se aposentou da equipe.

O zagueiro assumiu a condição de capitão na Fiorentina em março do ano passado, após a morte súbita do também defensor Davide Astori. Ele também desempenhou o papel pela seleção no amistoso com Marrocos, em 6 de março de 2019.

“A palavra final é sempre de Leo. Não minha. Ele é o exemplo”, afirma.

Ser titular na Copa América de uma Argentina que busca acabar com jejum de 26 anos sem títulos de expressão poderia preocupar Pezzella. Ainda mais no meio de um processo de renovação em que até o técnico é novato. Lionel Scaloni jamais comandou equipe nenhuma antes de ser escolhido pelo presidente da AFA, Claudio Tapia. Mas o zagueiro já passou por poucas e boas.

Revelado pelo Olimpo de Bahía Blanca, chegou ao River Plate aos 14 anos. Sua estreia no profissional aconteceu no momento mais dramático da história do clube: em 2012, durante a campanha da equipe na segunda divisão do país. Três temporadas depois, conquistou com o time a Copa Libertadores.

“O Brasil é o anfitrião e o favorito. Mas isso não vai nos impedir de dar tudo em todas as partidas. É um sonho estar aqui”, conclui o zagueiro, agora conhecido em toda a Argentina e no prédio da AFA.

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