O título da Copa do Brasil de 2013 foi o único do Flamengo além do nível estadual nos últimos dez anos. Mesmo com um investimento crescente no futebol, o clube rubro-negro vem acumulando fracassos nacionais e internacionais, algo que espera mudar agora, em seu melhor momento desde a conquista de seis anos atrás.
Líder do Campeonato Brasileiro, a equipe entra em campo na noite desta quarta-feira (28) para dar um passo que não completa faz muito tempo. A partir das 21h30 (de Brasília), no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, defenderá uma vantagem de 2 a 0 aberta no Rio de Janeiro para derrubar o Internacional e avançar às semifinais da Copa Libertadores.
Essa etapa foi alcançada pela última vez em 1984, quando cada semifinal ainda era disputada por três times. Agora, enfim, o clube se julga capaz de corresponder esportivamente à escalada financeira que obteve nesta década, gradativa e iniciada justamente em 2013, ano da mais recente conquista nacional.
Foi naquela temporada que assumiu a presidência o administrador Eduardo Bandeira de Mello, que herdou uma dívida que beirava os R$ 700 milhões. Suas decisões relativas ao departamento de futebol foram questionadas até o fim de seu segundo mandato, encerrado em 2018, mas ganharam fôlego os antes asfixiados cofres rubro-negros.
Foi preciso segurar o ímpeto em várias ocasiões. Em 2016, por exemplo, de acordo com as demonstrações financeiras divulgadas pelo clube, foram pagos R$ 200 milhões em dívidas, com investimento de R$ 25 milhões em atletas. O orçamento ajustado para 2019 prevê o pagamento de R$ 60 milhões em dívidas, com investimento de R$ 216 milhões em jogadores.
Só no primeiro trimestre deste ano, de acordo com sua contabilidade, o Flamengo movimentou R$ 138 milhões na aquisição de atletas. Arrascaeta, recorde na história rubro-negra, custou R$ 80,3 milhões. E ainda haverá um custo extra de 1,25 milhão de euros (R$ 5,8 milhões, na cotação atual) caso o uruguaio fique em campo por ao menos 4.000 minutos em 2019, o equivalente a 44 jogos inteiros.
Contratado após resultados decepcionantes com Abel Braga, Jorge Jesus tem feito bom uso desse elenco, que teve 12 formações diferentes nas 12 partidas com o português no banco de reservas. Isso não significa que ele seja adepto do rodízio sistemático, como ficou provado no último final de semana.
A estratégia do Flamengo foi oposta à do Inter antes do confronto decisivo. O time carioca foi a Fortaleza enfrentar o Ceará com boa parte de seus titulares, no último domingo, e voltou com a liderança do Brasileiro. Já o gaúcho, exceção feita ao goleiro Marcelo Lomba, só tinha reservas no embate com o Goiás, em Goiânia, também no domingo: perdeu por 2 a 1, de virada, com um jogador a mais.
Odair Hellmann espera que o descanso faça diferença na tentativa de virar o confronto. O Internacional precisa ao menos devolver a derrota por 2 a 0 sofrida no Rio para tentar a sorte nos pênaltis. Se sofrer algum gol, terá obrigatoriamente de vencer por ao menos três gols de diferença para avançar às semifinais.
“Temos que botar intensidade no jogo, criar chance e fazer os gols. Precisamos mostrar nossa força dentro de casa”, disse o centroavante colorado Paolo Guerrero.
“São dois jogos diferentes. Ganhamos o primeiro, mas precisamos mostrar experiência na segunda parte para avançar”, afirmou o zagueiro rubro-negro Pablo Marí.
O que cada time precisa fazer para se classificar às semifinais da Copa Libertadores
Flamengo avança com:
- vitória
- empate
- derrota por um gol de diferença
- derrota por dois gols de diferença, desde que com ao menos um gol rubro-negro
- vitória nos pênaltis, após derrota por 2 a 0
Internacional avança com:
- vitória por ao menos três gols de diferença
- vitória por 2 a 0, seguida de triunfo nos pênaltis
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