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GP Brasil 2019 Velocidade

Max Verstappen é a versão moderna de Ayrton Senna

Piloto holandês tem a promessa de um carro melhor para a próxima temporada

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Erwin Jaeggi
Amsterdã

​​Vinte e cinco anos após sua morte, Ayrton Senna continua muito popular. Isso vale também para a Holanda, onde é muito querido e até mesmo as gerações mais jovens de torcedores sabem quem foi o brasileiro.

Desde que chegou à F-1, em 2015, Max Verstappen foi comparado diversas vezes ao lendário piloto. Especialmente depois de uma corrida em que o jovem holandês dirigiu excepcionalmente bem na chuva, como fez três anos atrás no autódromo de Interlagos.

Isso faz com que as pessoas cedam à tentação de compará-lo ao herói brasileiro. Mas a semelhança também pode ser percebida em pistas secas, quando se observa seu estilo agressivo de pilotagem.

Verstappen celebra o terceiro lugar no GP de Austin, nos Estados Unidos
Verstappen celebra o terceiro lugar no GP de Austin, nos Estados Unidos - Mark Thompson/AFP

Verstappen tem a mesma determinação e espírito de luta que caracterizavam Senna. Mas será que ele conseguirá se tornar campeão da F-1, como Senna fez três vezes antes de seu acidente fatal? A resposta a isso é indubitavelmente sim.

Já em seu primeiro ano de F-1 , Verstappen demonstrou que era naturalmente veloz. Um caso de genética, seria possível dizer, já que seu pai, Jos, correu na categoria, e sua mãe, Sophie, teve uma carreira de sucesso no kart.

Os grandes pilotos sabem quase instantaneamente o quanto um carro aguenta e até que ponto podem força-lo. Max também tem essa habilidade. Aos 17 anos, ele descobriu rapidamente como extrair o máximo de seu Toro Rosso, no qual estreou na F-1, em 2015. E a capacidade de se adaptar rapidamente a um novo carro veio a calhar um ano mais tarde, quando se transferiu para a Red Bull.

Aos 18 anos, Verstappen venceu sua primeira prova na categoria, em Barcelona (2016), o que fez dele o vencedor mais jovem no Mundial. Depois disso, ficou claro que ele seria um dos grandes talentos de nossa era.

Max não foi perfeito em seus primeiros anos. Como qualquer piloto jovem, cometia erros ocasionais, o que em um esporte extremo como a F-1 pode resultar rapidamente em uma colisão. Mas isso tudo é parte do processo de aprendizado e em certa medida pode ser considerado normal, quando você está constantemente no limite do que seu carro aguenta.

Os erros se destacaram mais porque ele começou a pilotar um carro competitivo em idade bem jovem. Mas a partir do GP do Canadá no ano passado, e até a parada de verão do campeonato de F-1 este ano, o desempenho dele foi irretocável no Mundial.

"Verstappen é um piloto completo" agora, disse Helmut Marko, o chefe de equipe da Red Bull, responsável pela estreia precoce do holandês na categoria. Ele deixou de ser novato. No final de semana retrasado, disputou seu centésimo GP de F-1, em Austin, Texas.

Verstappen sinaliza estar pronto para disputar o título mundial. Os competidores parecem pensar da mesma forma. Quando se envolvem em incidentes com Verstappen, imediatamente acusam o piloto da Red Bull, mesmo que depois os replays provem que ele não teve culpa.

Isso aconteceu depois do Grande Prêmio do México, por exemplo, quando Max Verstappen e Lewis Hamilton bateram e saíram juntos da pista bem no começo da prova. O hexacampeão mundial não demorou a culpar Verstappen, que nada tinha feito de errado. O fato de que Hamilton tenha apontado para o rival significa apenas que ele vê o jovem como uma séria ameaça. 

“Eu incomodo os concorrentes”, disse o holandês, que venceu sete grandes prêmios.

Por mais que Verstappen reúna as qualidades necessárias para conquistar um título, na F-1 o carro ainda é um fator determinante. Desde o começo do ano, a Red Bull e a Honda parecem completamente determinadas a dar um pacote vencedor a Verstappen em 2020.

Se carro e motor forem bons o bastante, assistiremos nos próximos anos essa versão moderna de Senna disputando o título do Mundial.

Erwin Jaeggi é holandês, 38, e repórter do site Motorsport.com Holanda / Tradução de Paulo Migliacci

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