Descrição de chapéu Tóquio 2020 esgrima

Frustrada por um toque, Nathalie diz que derrota na esgrima faz mal, mas passará

Campeã mundial era cotada a medalha nas Olimpíadas, mas perdeu na estreia para italiana

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Tóquio

Um toque no tempo extra deu a Nathalie Moellhausen o título mundial na espada em 2019. Um toque no tempo extra, mas a favor da adversária, tirou dela a chance de ganhar uma medalha na esgrima nas Olimpíadas de Tóquio-2020.

Na noite desta sexta-feira (23), manhã de sábado no Japão, a brasileira foi derrotada logo no jogo de estreia pela italiana Rossella Fiamingo, por 10 a 9, e perdeu a chance de uma conquista inédita para o país.

O duelo na Makuhari Messe B foi equilibrado, com a italiana na dianteira a maior parte do tempo. Nathalie igualou a disputa no final, mas num tenso “golden score” foi Fiamingo quem pontuou primeiro e avançou para as oitavas de final.

Após deixar a pista, a atleta estava abalada na zona mista, mas atendeu pacientemente a imprensa brasileira e italiana. Nathalie nasceu em Milão e competiu pela Itália durante boa parte da carreira, sendo inclusive campeã mundial por equipes pelo país europeu, em 2009.

“Muito difícil se expressar nesses momentos. Eu sei que dei o meu melhor, sabendo que o tipo de adversária era uma das mais complicadas para mim. Com certeza, é uma derrota que faz mal, mas passará”, afirmou.

Nathalie tira o capacete
Nathalie Moellhausen no jogo de estreia nas Olimpíadas de Tóquio, em que foi derrotada - Miriam Jeske/COB

Vice-campeã olímpica em 2016, Rossella Fiamingo, 30, é bicampeã mundial (2014 e 2015), mas competiu pouco em 2019 (último ano de calendário normal da modalidade) e ocupa apenas a 63ª posição do ranking da federação internacional.

Atual campeã mundial (2019) e quarta colocada do ranking, Nathalie, 35, era bem cotada ao pódio, mas sua categoria é tida como uma das mais imprevisíveis da modalidade.

Filha de mãe ítalo-brasileira e pai ítalo-germânico, ela aceitou convite para defender o Brasil em 2014. Em 2016, obteve o melhor resultado olímpico da esgrima verde-amarela, avançando até as quartas de final no Rio de Janeiro.

Para Tóquio, suas expectativas eram altíssimas, mas acabaram frustradas cedo em um decisivo toque. “Fiz um trabalho gigante. Realmente estava me sentindo superbem, mas acho que a vida é dia a dia. Deixo que a vida me leve na direção que tem que ser.”

Nathalie disse que pretende seguir em ação no próximo ciclo olímpico, de três anos, até os Jogos de Paris-2024. Ela vive na capital francesa e é graduada em filosofia pela universidade Sorbonne.

Também artista e empresária, Nathalie já foi diretora artística de eventos promovidos pela Federação Internacional de Esgrima. Sua chegada ao Brasil, além de ter dado o título mundial inédito para o país, fez a esgrima brasileira ganhar mais visibilidade e almejar voos mais altos.

É isso o que ela não deseja que se perca. “[A eliminação] não tira nada dos meus projetos, espero continuar o que estou fazendo com força. Não adianta deixar se derrotar pela derrota, a vida continua. É um momento muito particular, vou precisar de um tempo de descanso de tudo isso, e depois veremos”, afirmou.

Em Tóquio, o Brasil ainda competirá na esgrima com Guilherme Toldo, no florete, na segunda-feira (26). Ele, que também avançou até as quartas de final na Olimpíada do Rio-2016, espera melhorar a campanha em busca do inédito pódio.

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