Athletico bate Red Bull Bragantino e amplia feitos com bi da Sul-Americana

Time paranaense leva segundo título internacional e terceiro de expressão em quatro anos

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São Paulo

Com o objetivo de terminar a temporada com mais dois títulos em sua galeria, o Athletico alcançou neste sábado (20) a primeira parte da meta, ao vencer o Red Bull Bragantino, 1 a 0, no estádio Centenário, no Uruguai, onde conquistou o bicampeonato da Copa Sul-Americana.

Nikão foi quem definiu o duelo em Montevidéu, que chamou a atenção por receber um pequeno público apesar da importância do jogo. Com capacidade para cerca de 60 mil pessoas, o estádio teve boa parte de suas arquibancadas vazias. O número oficial de espectadores ainda não foi divulgado.

Se pode ser considerado um revés para o modelo de decisão única adotado pela Conmebol (confederação sul-americana) em 2019, não ofusca o sucesso do Athletico em campo e na gestão. Após ter vencido o segundo torneio de clubes mais importante do continente pela primeira vez em 2018, o time paranaense voltou a protagonizar uma campanha vitoriosa.

A premiação pela campanha do título é de US$ 6,8 milhões (R$ 38,2 milhões).

A administração rubro-negra tem evitado fazer grandes investimentos e não gasta além do que arrecada. Um dos poucos times brasileiros a atravessar a pandemia de Covid-19 sem contrair novas dívidas, mesmo num cenário de queda de receitas, o Athletico ainda terá pela frente a disputa da final da Copa do Brasil. A decisão será contra o Atlético-MG, nos dias 12 e 15 de dezembro.

No torneio nacional, também lutará pelo bicampeonato, depois do recente título conquistado em 2019. As três taças em mata-matas, somadas a quatro títulos estaduais (2016, 2018, 2019 e 2020), são os frutos colhidos pelo modelo de gestão amparado em três pilares: venda de direitos de transmisão, bilheteria junto com sócio torcedor e transferências de atletas.

É baseado nesse tripé que a agremiação conseguiu encerrar o último ano, por exemplo, com um superávit de R$ 136 milhões. Na elite do futebol brasileiro, 14 das 20 equipes que disputaram o Nacional de 2020 terminaram a temporada com déficit.

Em campo, mesmo sem estrelas, o elenco comandado por Alberto Valentim conta com atletas decisivos, como Nikão, 29, no clube desde 2015 e que foi peça importante em todas as recentes conquistas.

Foi ele quem abriu o caminho para a vitória sobre o Red Bull Bragantino, aos 28 minutos da etapa inicial, quando acertou um belo voleio após rebote do goleiro em chute de Terans.

A vantagem confirmava o domínio que a equipe de Valentim passou a ter no jogo depois dos 10 primeiros minutos. Até então, havia certo equilíbrio.

Jogador com uniforme rubro-negro vibra
Nikão comemora gol do Athletico na final da Sul-Americana - Mariana Greif/Reuters

Mesmo magro, o placar já era suficiente para deixar o Athletico ainda mais confortável, enquanto o time paulista rondava a área do rival, mas com dificuldades para levar perigo à meta do goleiro Santos.

Com o passar do tempo, sobretudo na etapa final, o nervosismo dos jogadores do Bragantino tornava a missão de buscar o empate ainda mais difícil, facilitando a vida dos paranaenses, que tentavam imprimir um ritmo mais lento, administrando o placar, até o apito final.

Herói da vitória, Nikão dedicou a conquista à torcida e a seus familiares. "Queria dedicar aos meus filhos, minha esposa e meus amigos e todos aqueles que estão me apoiando, como meus familiares de Montes Claros, em Minas Gerais. E também dedicar ao António Oliveira, que começou esse processo e é um cara extraordinário. Essa vitória também é dele", disse o atacante.

O português António Oliveira deixou o clube em setembro e foi substituído por Valentim, que na Sul-Americana comandou a equipe apenas na final.

Enquanto o elenco do Athletico vibrava, o Red Bull Bragantino viu frustrada a expectativa do clube de conquistar o primeiro título internacional de sua história. Algo que passou a fazer parte do horizonte do time, sobretudo, a partir de 2019, quando foi comprado pela empresa de bebidas energéticas que agregou o seu nome ao da agremiação.

Antes patinho feio do conglomerado austríaco, que tem o controle de outros quatro clubes profissionais de primeira divisão, a equipe de Bragança foi primeira do grupo a chegar a uma final continental.

Mas a evolução é inegável. Além do vice na Sul-Americana, a equipe também briga pelas primeiras posições do Campeonato Brasileiro e por uma vaga na Copa Libertadores de 2022.

O Athletico, por sua vez, já está garantido no principal torneio do continente com o título deste sábado. No Brasileiro, porém, os paranaenses estão numa posição perigosa, próximos da zona de rebaixamento a cinco rodadas do fim da competição.

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