Byron Castillo não entrará em campo quando o Equador enfrentar o Qatar na partida de estreia da Copa do Mundo neste domingo (20), às 13h (de Brasília), mas a imagem do lateral estará lá, como símbolo da adversidade que a seleção sul-americana enfrentou para chegar ao Mundial.
Os equatorianos, em 44º lugar no ranking da Fifa, percorreram o caminho para a quarta e última vaga na campanha do torneio de qualificação mais difícil para a Copa, o da América do Sul, superando desafios dentro e fora do campo que resultaram na exclusão de Castillo da equipe do técnico Gustavo Alfaro.
A FEF (Federação Equatoriana de Futebol) decidiu não incluir Castillo entre os convocados para atuar no Qatar depois que o Chile entrou com uma ação na CAS (Corte de Arbitragem do Esporte) acusando-o de não estar em condições legais de jogar nas Eliminatórias da Copa do Mundo porque sua verdadeira nacionalidade era colombiana.
Embora a reclamação chilena tenha sido inicialmente rejeitada, a CAS decidiu que o Equador perderia três pontos nas próximas Eliminatórias, para a Copa de 2026, e seria multado em 100 mil francos suíços (pouco mais de R$ 560 mil na cotação atual) por usar um documento contendo informações falsas.
Não querendo arriscar mais problemas judiciais, Alfaro tomou a decisão de não convocar Castillo.
"Se você tivesse visto a dor que Byron teve que suportar", afirmou Alfaro neste sábado (19). "Se você tivesse visto a dor de todo o time, o amor do time por Byron... Byron para nós é um símbolo, e ele estará conosco em campo, mesmo que não esteja lá."
As dificuldades que o Equador enfrentou endureceram os comandados de Alfaro, que, segundo ele, recusaram-se a fazer o papel de vítimas e, em vez disso, encararam o desafio e seguiram em frente.
"Tivemos que passar por coisas que não queríamos passar, mas foi o que aconteceu", disse Alfaro, que é argentino. "Víamos tudo isso como obstáculos que tínhamos de superar. Nunca tentamos nos passar por vítimas. Baseávamos nosso trabalho em sonhos, e nosso sonho era jogar esta Copa do Mundo."
Apesar de o Equador ser considerado favorito para deixar o estádio Al Bayt com uma vitória contra o Qatar, Alfaro classifica a disputa como equilibrada.
"O Qatar é o Qatar, e eles estão se preparando para essa partida há mais de 12 anos", disse o treinador. "Eles estão se preparando há cinco, seis meses, jogando amistosos, o que significa que são um time muito bem organizado e preparado."
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