Torcedores da Inglaterra foram barrados na partida desta sexta-feira (25) entre Inglaterra e Estados Unidos, pela segunda rodada do Grupo B da Copa do Mundo do Qatar, por usarem fantasias de réplicas das Cruzadas. Essas roupas são consideradas culturalmente insensíveis em um país muçulmano, segundo a Fifa.
Os torcedores ingleses costumam usar armaduras, capacetes de plástico e armas de brinquedo como fantasias nos jogos da seleção há anos.
Imagens de alguns torcedores vestidos com a fantasia durante a vitória da Inglaterra por 6 a 2 sobre o Irã, na segunda-feira (21), foram criticadas nas redes sociais, levando a entidade a reprimir o figurinos.
"Esses trajes, em um contexto árabe ou do Oriente Médio, podem ser percebidos como ofensivos, então essa é a razão para eles não serem permitidos nos estádios", disse um porta-voz da Fifa.
Para muitos árabes, as Cruzadas evocam uma dolorosa história de invasão violenta por cristãos que procuravam capturar Jerusalém e áreas próximas sob domínio islâmico entre os séculos 11 e 13.
Questões em torno de cultura e direitos estão em foco tanto quanto o futebol na Copa do Mundo no Qatar.
Na segunda-feira (21), no jogo contra os Estados Unidos, torcedores do País de Gales foram obrigados a remover de seus chapéus os arco-íris com as cores da comunidade LGBTQIA+.
As relações entre pessoas do mesmo sexo são ilegais no Qatar.
Autoridades do futebol galês disseram, na quinta-feira (24), que a Fifa confirmou que torcedores com chapéus e bandeiras com as cores do arco-íris teriam permissão para entrar no estádio para a partida do País de Gales contra o Irã, nesta sexta-feira. Imagens da arena durante o jogo mostram fãs usando o adereço.
Antes do início do Mundial do Qatar, os capitães de Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Holanda, Suíça, Alemanha e Dinamarca desistiram de usar braçadeiras para apoiar os direitos dos homossexuais, após pressão da Fifa.
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