Família de segurança que morreu na Copa espera ajuda para levar corpo ao Quênia

John Njau Kibue, 24, estava havia um ano no Qatar e sofreu queda no último dia 10

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Manasi Pathak Anita Kobylinska Ayenat Mersie
Bengaluru (Índia), Gdansk (Polônia) e Nairobi (Quênia) | Reuters

A família de um segurança que morreu em serviço no estádio Lusail, da Copa do Mundo no Qatar, busca respostas e espera receber ajuda para devolver o corpo do jovem de 24 anos à sua terra natal, o Quênia.

John Njau Kibue sofreu uma grave queda em 10 de dezembro, disseram os organizadores do torneio, o Comitê Supremo para Entrega e Legado, em um comunicado.

Eles acrescentaram que as equipes médicas compareceram imediatamente ao local e forneceram tratamento de emergência antes de ele ser transferido para a unidade de terapia intensiva do hospital Hamad de ambulância.

Vista geral do estádio de Lusail antes da partida entre Arábia Saudita e México - Ibraheem Al Omari - 30.nov.22/Reuters

"Lamentamos anunciar que, apesar dos esforços da equipe médica, ele infelizmente morreu no hospital na terça-feira, 13 de dezembro, depois de passar três dias na unidade de terapia intensiva", diz o comunicado.

"Seus parentes foram informados. Enviamos nossas sinceras condolências à família, colegas e amigos neste momento difícil".

A família de Kibue no Quênia espera receber mais do que apenas condolências, enquanto continua aguardando que a empresa para a qual ele trabalhava explique o que realmente aconteceu.

"Para nós, como família, definitivamente queremos algumas respostas. E, se possível, queremos que eles facilitem a devolução do corpo", disse Samuel Njau, tio de John, à Reuters, referindo-se ao governo do Qatar e à empresa que Kibue trabalhava.

Essa empresa, a Al Sraiya Security Services, não se comunicou oficialmente com a família nem explicou o que aconteceu, disse Njau.

"Tem sido tão lamentável e devastador para nós como família", complementou Njau.

Kibue, de 24 anos, trabalhava no Qatar havia pouco mais de um ano na esperança de ganhar dinheiro suficiente para ajudar a família.

Sua família compartilhou fotos de um sorridente Kibue, torcedor da Argentina, posando para fotos na partida entre Argentina e Holanda. Ele caiu e morreu após aquele jogo, de acordo com seu tio.

O Qatar tem sido um destino popular para os trabalhadores migrantes quenianos.

No ano passado, Malcolm Bidali, um guarda queniano no Qatar que escreveu sobre as más condições de trabalho lá, foi detido e acusado de espalhar desinformação antes de ser solto.

Os organizadores da Copa do Mundo disseram que estão investigando as circunstâncias que levaram à queda de Kibue "em caráter de urgência" e fornecerão mais informações até o resultado da investigação.

"Também garantiremos que sua família receba todas as dívidas e valores devidos", acrescentou o comunicado.

Na semana passada, o Qatar lançou uma investigação de segurança no trabalho sobre a morte de um filipino após relatos de que o homem morreu enquanto trabalhava em um local de treinamento durante a Copa do Mundo.

Os jornalistas Khalid al-Misslam, Roger Pearce e Grant Wahl também morreram durante a cobertura da Copa do Mundo, a primeira realizada no Oriente Médio.

A final da Copa do Mundo será disputada no estádio Lusail no domingo (18), com a Argentina enfrentando os vencedores da semifinal entre França e Marrocos, disputada ainda nesta quarta-feira (14).

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