Justiça de SP determina penhora da Arena do Grêmio

Cabe recurso; Banco do Brasil, Banrisul e Santander, financiadores da obra, cobram dívidas de R$ 226 milhões

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Cajamar (SP)

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) acatou um pedido de penhora da Arena do Grêmio nesta terça (13). A decisão foi publicada pela juíza Adriana Cardoso dos Reis, da 37ª Vara Cível.

Banco do Brasil, Santander e Banrisul, instituições que financiaram a obra, cobram dívidas de mais de R$ 226 milhões deixadas pela Metha (antiga OAS). O pedido de penhora foi feito pelos bancos em abril.

O valor da dívida considera multas por atrasos em pagamentos e está atualizado até abril de 2022. Os bancos são credores da Arena Porto Alegrense, que administra o estádio gremista. A empresa ainda pode recorrer.

A informação foi publicada pelo colunista Jocimar Farina, da GZH, e confirmada pela Folha, que teve acesso aos autos do processo.

Imagem mostra vista externa da Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)
Vista externa da Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS) - 12.jun.2019 - Marcelo Oliveira/AM Press & Images/Folhapress

Os três bancos ingressaram na Justiça no ano passado para cobrar a dívida. As instituições financiaram as obras do estádio com R$ 210 milhões, mas apenas R$ 66 milhões foram pagos.

A decisão publicada pela Justiça paulista cita não apenas o estádio, mas também o direito de superfície, que permite a construção ou plantação em terreno alheio.

Em nota divulgada à imprensa, a Arena Porto Alegrense afirmou que a penhora é inerente ao processo e visa "garantir a execução da dívida movida pelos credores e permitir que as defesas apresentadas pelos devedores sejam apreciadas". A empresa acrescentou que a arena corresponde a 8% da dívida, e que questionará a decisão em recurso.

Procurados, Banco do Brasil e Banrisul afirmaram à Folha que não irão comentar o caso. Após a publicação da reportagem, o Santander enviou nota em que diz estar "empenhado e disponível para que todos os envolvidos possam encontrar a melhor solução".

A Folha tentou contato com a Metha por telefone nos números disponibilizados pela empresa em seu site e rede social, sem sucesso.

Entenda em três pontos o que pode acontecer com a Arena do Grêmio

O que é a penhora de bens?

A penhora de bens é um instrumento judicial previsto no Código de Processo Civil, que permite ao credor "segurar" um bem e até expropriá-lo do devedor. Na prática, serve como uma garantia de que o pagamento da dívida será feito.

Após a penhora, o Grêmio pode ficar sem estádio para jogar?

Não. Em nota oficial divulgada pelo clube na manhã desta quarta (14), o Grêmio anunciou que continuará a atuar como mandante dos jogos na arena mesmo após a penhora. O Tricolor reforçou que "tem direito de receber a arena livre e sem quaisquer ônus".

O Grêmio ainda é dono do espaço onde estão as ruínas do Estádio Olímpico, onde mandava os jogos antes de 2013 —a Arena foi inaugurada em dezembro de 2012. O clube tentou comprar o direito de administrar a arena, plano que esbarrou em processos judiciais contra a Metha (antiga OAS).

A construtora não teria concluído obras no entorno do estádio na época de sua construção, previstas em acordo com a Prefeitura de Porto Alegre. A equipe ainda não entregou o terreno do Olímpico para a Metha.

O Grêmio está envolvido no processo?

Não. É importante ressaltar que o clube gaúcho não é citado no processo, e sim a Arena Porto Alegrense, empresa que administra o estádio. A equipe afirmou que está acompanhando o caso com auxílio de advogados do clube e externos.

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