Linda Caicedo, 18, brilha na estreia da Colômbia, faz gol e confirma expectativas

Jovem craque, contratada pelo Real Madrid, superou câncer aos 15 anos; colombianas derrotam sul-coreanas por 2 a 0

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São Paulo

Aos 18 anos e apontada como uma grande promessa do futebol feminino, Linda Caicedo estreou na Copa do Mundo com um golaço contra a Coreia do Sul, em jogo em que colombianas e sul-coreanas brigaram pelo segundo lugar no Grupo H, liderado pela potente Alemanha.

A seleção colombiana levou a melhor e derrotou a equipe sul-coreana por 2 a 0. Catalina Usme fez o primeiro gol. Linda, por sua vez, marcou em uma jogada em que deixou duas rivais para trás e chutou firme. Contou, também, com a falha da goleira sul-coreana.

A atacante é a principal esperança de sua equipe para sobreviver à primeira fase –há motivos para isso. Linda já tem uma história de superações e sucesso no futebol. O talento da colombiana a levou a ser contratada pelo Real Madrid, para cinco temporadas.

Aos 15 anos, quando jogava no Deportivo Cali, a jogadora descobriu um câncer no ovário, foi submetida a uma cirurgia para retirada do tumor e fez quimioterapia. Recuperada, seguiu no esporte.

Linda Caicedo corre com a bola durante a partida de futebol do Grupo H da Copa do Mundo - Franck Fife/AFP

Na elite do futebol internacional, Linda está em sua terceira Copa do Mundo em um período de 12 meses. Antes da seleção sênior colombiana, já disputou nas categorias sub 17, na Índia, e sub 20, na Costa Rica.

"Glória a Deus", comemorou a jovem atleta em uma publicação nas redes sociais sobre a tripla convocação.

Além de chamar a atenção do Real Madrid, Linda foi considerada a segunda melhor jogadora do mundo pelo Globe Soccer Awards.

"Ela é uma dessas pessoas tocadas por Deus, que nasceu para isso", disse à AFP Diego Vásquez, o primeiro treinador.

A jovem de cabelos trançados começou a se destacar em sua terra natal, Villagorgona, um vilarejo próximo a Cali.

Ela é realmente precoce. Aos 6 anos, procurou uma escolinha de futebol no vilarejo e, em uma exceção, foi recebida como a primeira mulher no campinho. Jogava ao lado de meninos, depois com jogadoras mais velhas e estava no lugar e na hora certa quando o futebol feminino da Colômbia desabrochava.

Aos 14 anos, estreou profissionalmente no América de Cali, foi artilheira e fundamental para a conquista do Campeonato Colombiano.

Depois disso, foi para o Deportivo Cali e novamente conquistou o campeonato, em 2021. Chegou a jogar algumas partidas de peruca por causa do tratamento contra o câncer.

É exemplo para as jovens de Villagorgona, que ainda lidam com o machismo quando desejam jogar futebol. Nas redes sociais, lidera campanhas contra a poluição nos oceanos.

"Mamãe e papai, quando eu implorei para jogar futebol aos 6 anos, vocês nunca desistiram. Obrigada por acreditar em mim e me ajudar a realizar nossos sonhos", disse ao ser contratada pelo Real Madrid. "É uma honra e orgulho representar as cores do meu país, minha cidade Villagorgona e seu povo lindo", completou.

Com AFP

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