Descrição de chapéu Folhajus

STJ nega pedido de vice-presidente afastado da CBF para voltar ao cargo

Fernando Sarney alegou risco de punição à confederação devido às destituições

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Brasília

O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Ricardo Villas Bôas Cueva negou nesta terça-feira (12) um pedido de Fernando Sarney, vice-presidente afastado da CBF, para voltar ao cargo.

Ele e Ednaldo Rodrigues (presidente) foram destituídos dos postos por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

No recurso, Sarney pedia que a corte desse uma decisão liminar (urgente e provisória) porque "circulam notícias" de que a Fifa irá punir a confederação devido às destituições. Oposicionistas à gestão de Ednaldo negam que isso irá acontecer.

"Há risco de lesão grave, não só aos direitos dos que tiveram mandatos suprimidos, mas à própria entidade (CBF) e à coletividade, uma vez que já circulam notícias – fato público e notório - de que a FIFA -Federação Internacional de Futebol, deve punir a Confederação por intervenção externa indevida na esfera esportiva", afirmaram os advogados de Sarney no pedido ao STJ.

Fernando Sarney tenta retornar ao cargo de vice-presidente da CBF - João Sal/Folhapress

Ednaldo também tenta voltar ao posto por meio de recurso ao também STJ, ainda não analisado. Ele foi destituído porque o tribunal anulou o TAC (termo de ajustamento de conduta) firmado entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro que garantia a eleição dele.

Os desembargadores do Rio entenderam que o Ministério Público não tinha legitimidade para ajuizar a ação.

A decisão da Justiça do Rio que tirou o dirigente do cargo também impôs que o presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), José Perdiz, assuma a entidade no papel de interventor e convoque eleições no prazo de 30 dias úteis.

Ao recorrer ao STJ, os advogados de Ednaldo disseram que o afastamento do presidente da CBF coloca em risco "a organização do futebol no país e toda a sua cadeia econômica", podendo levar à suspensão da entidade e a "impossibilidade das seleções e clubes brasileiros disputarem competições internacionais".

Os advogados do presidente afastado disseram ainda que, caso a suspensão não seja aceita, que Rodrigues possa permanecer no cargo para convocar, no prazo de 30 dias, novas eleições.

No recurso, os advogados sustentam que o afastamento de Ednaldo pode levar à suspensão da CBF como associada das federações internacionais e impedir a participação de clubes brasileiros em competições.

Na esteira do afastamento do presidente da CBF, a Fifa e Conmebol enviaram ofícios alertando sobre os riscos em caso de interferência externa, no caso da Justiça comum, na entidade.

Em cartas endereçadas ao secretário-geral da CBF, Alcino Reis Rocha, a Fifa e a Conmebol reafirmaram que o estatuto da federação mundial "obriga as associações membros a gerir os seus assuntos de forma independente, sem influência de terceiros, incluindo quaisquer entidades estatais".

O artigo 16 do estatuto da Fifa diz que qualquer violação de tal obrigação pode levar a sanções, ainda que a influência não tenha sido causada pela associação membro em questão. Entre as possíveis punições, é possível a suspensão da participação da seleção brasileira e de clubes em torneios organizado pela Fifa e pela Conmebol.

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