Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Abertura das Olimpíadas no Sena foi uma ideia louca, diz Macron a cinco dias da cerimônia

Em recepção no Palácio do Eliseu, presidente francês diz que o país vai entregar evento inigualável

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Paris

Em uma recepção para jornalistas internacionais no Palácio do Eliseu, nesta segunda-feira (22), Emmanuel Macron reconheceu que considerou uma loucura a ideia de fazer a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris pelos cartões postais da cidade.

"É uma ideia louca, pensamos no começo, mas vamos entregá-la. Será um evento único", afirmou o presidente francês, com um sorriso de cumplicidade em direção a Tony Estanguet, o executivo principal dos Jogos.

Macron repetiu pelo menos três vezes, durante um discurso de pouco mais de dez minutos, o bordão "escolham a França", parte de uma campanha internacional pela imagem de seu país e de seus produtos. Citou de gastronomia à tecnologia, com "toque francês". O esforço de promoção incluiu um discurso de improviso em inglês, salpicado estrategicamente por frases e expressões na língua local. Nos telões, o idioma já sucumbira, com um "Choose France" apresentado por ícones da sociedade francesa, entre eles Victor Wembanyama, astro do San Antonio Spurs, da NBA, e da seleção de basquete que joga em casa.

Imagem de um homem de terno escuro e gravata, fazendo um gesto com a mão direita durante um discurso. Ele está em frente a um microfone, com uma bandeira parcialmente visível à esquerda e um símbolo dourado no fundo
Presidente da França, Emmanuel Macron gesticula em encontro com jornalistas estrangeiros em Paris - Ludovic Marin/AFP

Macron e sua mulher, Brigitte, também tiveram disposição, ainda que escoltados por vários seguranças, de passear pelo salão e pelos jardins do Eliseu, residência oficial e sede do governo francês, e manter breves conversas com jornalistas. À Folha, ambos falaram de seu par brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva e Janja. Jules, Jeanne e Némo, cachorros do casal, perambulavam entre os convidados com menos entusiasmo.

Também presente à cerimônia, Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), disse que Paris recebe atletas refugiados e de países em conflito para enviar um sinal eloquente para um mundo em guerras. "Eles vêm juntos, em paz. Isso é uma coisa que só o esporte consegue fazer", afirmou o dirigente. Indagado mais tarde sobre o pedido de boicote à delegação de Israel, que segundo críticos deveria ser tratada como as de Rússia e Belarus, Macron afirmou que Paris receberia a todos. "Sejam de Israel, da Palestina, de onde forem."

Bach aproveitou para agradecer o empenho do anfitrião, que "desde do dia zero de seu mandato" apoiou a realização dos Jogos.

O mandatário, por sua vez, repetiu alguns dos feitos prévios de Paris-2024, como a marca de evento mais sustentável da história, a inédita paridade de gênero, o Sena despoluído e dezenas de equipamentos esportivos que servirão mais às comunidades em que estão instalados do que aos atletas de ponta. "Estes Jogos Olímpicos serão uma das melhores ocasiões para sermos leais ao nosso passado de tantos séculos."

A imagem mostra um cachorro marrom sentado em um gramado verde, olhando para uma fonte ao longe. O parque é cercado por árvores altas e densas. O céu está parcialmente nublado, com algumas áreas de céu azul visíveis entre as nuvens.
Jules, um dos três cachorros do casal Macron, ignora jornalistas nos jardins do Palácio do Eliseu - José Mariante/Folhapress

A abertura organizada no centro da capital francesa, com desfile de atletas em barcos pelo rio Sena, é uma operação complexa, pois não conta com o ambiente controlado de um estádio. Com chefes de Estado e grande número de atletas, a cerimônia é o momento de maior risco dos Jogos, segundo especialistas.

Não à toa, a presença de forças de segurança nas ruas é maciça. O governo francês emprega 45 mil agentes na cidade nesta semana.

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