Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Após frustração, Gabriel Medina surfa no 'paraíso' em busca de ouro olímpico

Brasileiro, que reclamou dos juízes em Tóquio, briga por medalha em sua onda perfeita, no Taiti

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São Paulo

Gabriel Medina, 30, já se referiu às ondas de Teahupo’o, no Taiti, como ‘o paraíso’. Será lá, na Polinésia Francesa, no oceano Pacífico, que ocorrerá a disputa por medalhas do surfe nos Jogos Olímpicos de Paris.

O brasileiro tem ótimo retrospecto no local, que se tornou parada habitual no circuito mundial da modalidade. De 2014 a 2024 –houve um hiato de 2020 a 2022–, ele avançou às semifinais em todas as oito edições do campeonato. Foi à decisão em seis. E foi campeão duas vezes.

Na mais recente disputa em Teahupo’o, Medina parou nas semifinais, diante do havaiano John John Florence. Mas foi o único homem a obter o "perfect 10" nas tubulares e também ameaçadoras ondas taitianas –consideradas perigosas para surfistas menos experimentados, e haverá uma porção deles nos Jogos, por causa do critério de classificação, por países, não só por ranking.

Medina finaliza tranquilamente um tubo em Teahupo'o - Jerome Brouillet - 30.mai.24/AFP

Gabriel, não há dúvida, é um dos grandes favoritos. As disputas no surfe podem ser imprevisíveis, dada a natureza do esporte –ligada a ela, a natureza–, porém o paulista de São Sebastião desembarca na Polinésia Francesa credenciado como um surfista de talento excepcional comprovado, um tricampeão mundial e um especialista no tipo de onda que valerá ouro.

Chega também como um atleta olímpico frustrado. Na estreia do surfe nos Jogos, em Tóquio, em 2021, perdeu a disputa semifinal contra o japonês Kanoa Igarashi. Houve enorme controvérsia em relação às notas atribuídas a cada competidor em suas manobras, e o brasileiro em seguida acabou ainda superado na disputa pelo bronze.

O ouro ficou com o brasileiro Italo Ferreira, primeiro campeão olímpico da história do surfe. O potiguar não obteve, no entanto, classificação para Paris-2024 e não vai lutar pelo bi. Medina, Filipe Toledo e João Chianca, o Chumbinho, serão os representantes do Brasil na chave masculina. Tatiana Weston-Webb, Luana Silva e Tainá Hinckel estarão na feminina.

As primeiras vagas nos Jogos deste ano foram distribuídas com base na Liga Mundial de 2023, com limite de dois homens e duas mulheres para cada país. O campeão Filipe Toledo e Chumbinho avançaram via ranking. Sobrou a Medina, o terceiro da lista brasileira, buscar a classificação por meio dos ISA Games, competição por equipes realizada em março, em Porto Rico. Se o Brasil vencesse, levaria um posto olímpico extra, que seria de Gabriel.

Ele dominou todas as baterias que disputou, mas foi à rodada final, com quatro surfistas na água, em situação dramática. Como Toledo e Yago Dora, seus companheiros no time brasileiro, não foram tão bem, o Brasil só ficaria à frente da França com a seguinte combinação: Medina em primeiro, com o marroquino Ramzi Boukhiam à frente dos franceses Kauli Vaast e Joan Duru. Foi exatamente o que ocorreu.

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Medina celebrou muito sua classificação aos Jogos - Pablo Franco - 3.mar.24/Divulgação/ISA

"Nem eu esperava por essa página escrita. Eu precisava de um milagre, e aconteceu do jeito que tinha que acontecer. Os planos de Deus são melhores do que os nossos. Fiquei aliviado e muito feliz por representar meu país. Prometo que vou dar o meu melhor mais uma vez", declarou o paulista, em melhor forma do que seus compatriotas que surfarão no Taiti.

Filipe Toledo é o atual bicampeão mundial e já demonstrou seu enorme talento, porém resolveu se afastar do circuito neste ano, para tratar de sua saúde mental. Chumbinho, que ficou em quarto lugar na última Liga Mundial, sofreu um grave acidente surfando no Havaí, em dezembro, e chegou a duvidar de que andaria de novo. Na disputa feminina, Tatiana Weston-Webb, a única mulher com um "perfect 10" na etapa do Taiti deste ano, procura manter o otimismo.

Mas é mesmo Gabriel Medina que aparece como principal candidato do Brasil a estar no topo do pódio.

Raio-X

Gabriel Medina

  • Nome

    Gabriel Medina Pinto Ferreira

  • Idade

    30 anos

  • Nascimento

    São Sebastião (SP)

  • Altura

    1,80 m

  • Participações olímpicas

    uma, em Tóquio-2020, com o quarto lugar

  • Principais resultados não olímpicos

    tricampeão mundial (2014, 2018 e 2021)

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