Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Em barco exclusivo, delegação leva bandeirinhas do Brasil ao rio Sena na abertura de Paris-2024

Com Isaquias Queiroz e Raquel Kochhann à frente, cerca de cem esportistas fazem festa em dia molhado na capital da França

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São Paulo

Com pouco mais de um terço dos atletas que competirão nas Olimpíadas de 2024, a delegação do Brasil se apresentou nesta sexta-feira (26) ao público em Paris, sobre as águas do rio Sena, na cerimônia de abertura dos Jogos, a 30ª edição da era moderna (iniciada em Atenas-1896).

Às 14h55 (no horário de Brasília, cinco horas atrás de Paris), as câmeras de TV focalizaram, por cerca de 20 segundos, a embarcação que levava os brasileiros. A ampla maioria com bandeirinhas do país em uma das mãos, observando do convés a paisagem ao seu redor.

Naquele momento, não chovia, mas Paris teve um dia molhado, com garoa intermitente antes, durante e depois da cerimônia, a primeira na história dos Jogos Olímpicos realizada fora de um estádio.

Raquel Kochhann, do rúgbi, uma das porta-bandeiras na cerimônia de abertura de Paris 2024, vai à frente da delegação do Brasil, segurando bandeira do país, no barco Bel Ami, no rio Sena
Raquel Kochhann, do rúgbi, uma das porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de abertura de Paris 2024, vai à frente da delegação no rio Sena - Aleksandra Szmigiel - 26.jul.2024/Reuters

No barco batizado de Bel Ami (Bom Amigo), exclusivo para os brasileiros, cada um trajava o criticado uniforme providenciado pela varejista Riachuelo: jaqueta jeans azul-marinho com um símbolo da fauna brasileira bordado às costas, camiseta (amarela, verde ou azul) por baixo, saia ou calça brancos e chinelos Havaianas.

À frente deles, na proa do barco, com uma bandeira do Brasil maior, os porta-bandeiras Raquel Kochhann, capitã do time de rúgbi sete, e Isaquias Queiroz, dono de quatro medalhas olímpicas na canoagem velocidade, ambos com histórias pessoais de superação.

Raquel, 31, teve câncer de mama e tumor ósseo no peito em 2022. Isaquias, 30, quando tinha dez anos, precisou extrair um dos rins –o órgão ficou comprometido depois de ele cair de uma árvore.

Isaquias Querioz, da canoagem, e Raquel Kochhann, do rúgbi, porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris-2024, no barco que levou a delegação pelo rio Sena
Isaquias Querioz, da canoagem, e Raquel Kochhann, do rúgbi, porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris-2024, no barco que levou a delegação pelo rio Sena - Helena Petry/26.jul.2024/COB/Divulgação

"Foi muito legal, diferente, lindo demais. Poucas pessoas têm a oportunidade de ver Paris do jeito que vimos", afirmou Isaquias ao fim do "desfile".

Ele usou no percurso do barco –que passou por ícones da cidade como a Catedral de Notre-Dame, o Museu do Louvre e a praça da Concórdia– óculos escuros estilizados, com os cinco anéis olímpicos.

"Extremamente mágico, essa é a palavra. Vou guardar [a bandeira], vai dormir comigo, mesmo molhadinha", disse Raquel, passando ainda um recado de otimismo e perseverança: "Independentemente da luta que a pessoa esteja tendo, viva com alegria".

A jogadora de rúgbi foi a primeira não medalhista olímpica a carregar a bandeira brasileira em uma cerimônia de abertura dos Jogos desde Los Angeles-1984, quando o responsável foi o velejador Eduardo Souza Ramos.

Eram cerca de cem atletas no Bel Ami, de acordo com o COB (Comitê Olímpico do Brasil), de 11 esportes: atletismo, badminton, boxe, ciclismo (BMX e mountain bike), esgrima, handebol, hipismo (adestramento e saltos), judô, rúgbi, vela e vôlei de praia.

Nos Jogos de Paris, o Brasil tem ao todo 277 atletas, sendo mulheres a maioria (154).

Das modalidades presentes na abertura, seis (atletismo, boxe, hipismo saltos, judô, vela e vôlei de praia) já conquistaram medalhas para o Brasil em Jogos Olímpicos.

Também havia no Bel Ami alguns agregados do Time Brasil, gente que convive no dia a dia com os esportistas, como treinadores –incluindo veteranos de outras Olimpíadas como Letícia Pessoa, que orienta a dupla de vôlei de praia Carol/Bárbara.

Bárbara, medalhista de prata nas Olimpíadas do Rio-2016, declarou, ainda de dentro da embarcação, que "estamos muito felizes de estar aqui, a gente quer curtir muito".

A maioria dos brasileiros aproveitou o percurso de seis quilômetros pelo Sena para, entre risadas e conversas ao pé do ouvido, tirar muitas fotos (de cartões-postais parisienses e selfies e mais selfies) e fazer gravações em vídeo para guardar para a posteridade e, logicamente, abastecer as redes sociais.

"Primeira missão cumprida. Todo mundo animado, a gente tem que ir assim até o final", disse Rogério Sampaio, diretor-geral do COB e chefe do Time Brasil em Paris.

Devido à chuva insistente, o comitê orientou os atletas, a fim de ter a saúde e o bem-estar preservados, a não permanecer no local de concentração pós-navegação e voltar à Vila Olímpica, onde se hospedam, antes no encerramento da cerimônia.

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