Migrantes venezuelanos recebem qualificação para empreendedorismo pela Fundação Dom Cabral

Projeto desenvolvido com a Organização Internacional para as Migrações conta com aulas presenciais em Espanhol e já prevê ampliação com formato digital

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São Paulo (SP)

A fim de auxiliar migrantes e refugiados que chegam ao Brasil em busca de melhores oportunidades de vida, a FDC (Fundação Dom Cabral) e a OIM (Organização Internacional para as Migrações), órgão ligado à ONU, criaram um projeto para oferecer cursos de qualificação para o empreendedorismo.

Sala de aula de informática com cerca de 15 computadores é vista da perspectiva dos fundos; à frente está um professor e atrás dele uma lousa branca; nos assentos e mesas com computadores há alguns alunos
Em sua fase piloto, o curso já contou com 77 participantes - Divulgação

De acordo com a FDC, o idioma é uma das primeiras barreiras enfrentadas pelas pessoas venezuelanas que chegam ao Brasil. Por isso, os cursos foram legendados em espanhol e os inscritos das turmas piloto puderam fazer as aulas disponíveis na plataforma digital de aprendizagem, a "Pra>Frente Play", em um espaço equipado com computadores e com o apoio dos monitores da OIM.

"Ao oferecer oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal a iniciativa permite também o fortalecimento da economia brasileira", diz Ana Carolina de Almeida, vice-presidente de Educação Social da FDC.

A jornada de aprendizagem é composta por quatro séries: Turbine seu negócio, Vender mais e melhor, Superando desafios, e Sua caixa sob controle.

Homens e mulheres venezuelanos estão sentados à frente de computadores individuais e assistem a vídeo; na foto aparecem cerca de cinco alunos
Imigrantes venezuelanos participam de aulas de empreendedorismo oferecidas pela OIM (Organização Internacional para as Migrações) - Divulgação

Entre os alunos, foram selecionados pela OIM trabalhadores artesãos das ocupações espontâneas de Boa Vista e indígenas que estão nos abrigos federais.

Alejandrina, 72, afirma que o treinamento é uma forma de conhecer e se adaptar à cultura e à forma de fazer negócio no Brasil.

"Como indígena acho importante esse curso porque nos coloca em contato com a comunidade e nos ensina como se vende por aqui"

Em sua fase piloto, o curso já contou com 77 participantes, a maioria indígenas venezuelanos das etnias Warao, Kariña, Pemón e Eñepa que estão em abrigos federais da cidade.

Dados do Sistema de Tráfego Internacional da Polícia Federal contabilizam, de janeiro de 2017 a abril deste ano, cerca de 459 mil venezuelanos que permaneceram no país.

Foto mostra cerca de quatro computadores disponibilizados em quatro estações de trabalho individuais; nos assentos estão três alunos, sendo um homem, uma mulher e um garoto; eles operam os computadores e parecem participar da aula
Etapa inicial do projeto visa capacitar cerca de 100 pessoas - Divulgação

Após a fase inicial, que visa qualificar 100 pessoas, o projeto deve ser expandido e passar a disponibilizar todo o material em um portal de acesso livre.

"As capacitações vão apoiar os venezuelanos e outros migrantes de todo o país a desenvolver seu potencial e a contribuir para as comunidades de acolhida", destaca o Chefe de Missão da OIM, Stéphane Rostiaux.

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