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consumo
23/10/2003
Corte de juros não refresca a vida dos consumidores

Nem mesmo a queda consecutiva nas taxas de juros consegue dar algum fôlego para as compras (e para as contas) do consumidor. A economia está na casa dos centavos, seja nas operações bancárias ou na venda a prazo no comércio.

Antes do anúncio da redução de um ponto percentual, os clientes de bancos pagavam uma taxa de 9% ao mês, em média, para usar o cheque especial. A utilização de R$ 1 mil durante 20 dias, custava R$ 60,20 em juros. O valor pago pelo uso da linha era R$ 0,93 inferior ao do mês anterior.

Agora, com a taxa básica (Selic) em 19%, os juros cobrados pelas instituições financeiras cai para 8,96%, em média, pelas contas da Anefac, entidade que representa os executivos de finanças. Com isso, ao se usar os mesmos R$ 1 mil, o custo fica em R$ 59,73. Isso representa uma redução nos gastos de R$ 0,47 no mês ante setembro.

Portanto, em dois meses de queda nas taxas, o consumidor economizou no total R$ 1,40 (R$ 0,93 + R$ 0,47) -que equivale a uma lata de refrigerante.

Nas lojas, a situação pouco se altera. Ao se comprar uma geladeira hoje, de R$ 800 em 12 parcelas, paga-se R$ 1.160 ao final das prestações. O valor leva em conta a queda na taxa Selic e considera uma taxa de juros média nas lojas atualmente em 6,25%.

Há um mês, a mesma compra custaria R$ 1.165. Portanto, a economia feita, de R$ 5, equivale a uma redução nos gastos de R$ 0,41 em cada mês -já que a operação foi feita em 12 parcelas iguais.

Dinheiro caro
"O efeito da queda anunciada hoje [ontem] será muito pequeno", disse Miguel José Ribeiro de Oliveira, presidente da Anefac.

No caso do comércio, isso ocorre porque a rede de varejo, principalmente a de pequeno porte, ainda capta recursos pagando caro pelo dinheiro. E as financeiras -que oferecem linhas de crédito nas lojas- nem sempre repassam, de forma automática, a queda na Selic ao mercado.

Exemplo: se uma loja de eletroeletrônicos buscar recursos no mercado para financiar seus consumidores, ela vai pagar uma taxa ao banco hoje de 4,25% ao mês (ou 64,78% ao ano) em média. Nesse caso, já entra no cálculo da taxa a queda na Selic.
Se fosse captar recursos no mês anterior, em setembro, a diferença não seria tão grande -a taxa média estava em 4,32% ao mês.


ADRIANA MATTOS
Da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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