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Aviso aos navegantes: a Bienal não está oferecendo descontos e promoções especiais para os visitantes. A decisão foi tomada pela CBL (Câmara Brasileira do Livro), organizadora do evento, o maior do gênero no país. O valor cobrado em todos os estandes é o mesmo encontrado em qualquer livraria de São Paulo e de outras capitais.
Cada participante da Bienal pode oferecer apenas um desconto por dia, dentro do programa chamado "Livro do Dia". E só.
José Henrique Grossi, vice-presidente da CBL, explica os motivos da decisão, que, segundo ele, é antiga (prevalece desde a década de 70), quando as livrarias ainda eram maioria no evento. "Se eu mexer nisso não consigo encher esses três pavilhões", afirma.
"Primeiro, isso não é uma feira de livros e sim um evento cultural", afirma Grossi. "Não temos só editores, mas também livrarias, que não conseguiriam competir se liberássemos os descontos." Eles chegariam a 40%.
Como a Bienal dura apenas dez dias e o faturamento durante o ano fica sob responsabilidade das livrarias, fica claro entender porque a CBL não abre concessões. "Não podemos privilegiar ninguém e isso já faz parte da cultura, nem planejamos mudanças nos preços para as próximas edições."
"O que temos é o cheque-livro, no valor de 10% de todas as compras, e que depois pode ser usado em qualquer livraria. E o bilhete da entrada, que é reembolsado nas compras acima de R$ 30 em um mesmo local", disse Grossi.
Rio
Na Bienal do Rio de Janeiro, porém, os descontos são liberados. "Isso porque ela é organizada pelo Sindicato Nacional dos Editores, ao contrário da feira de São Paulo, que contamos com a presença de distribuidores, editores e livreiros", afirma o vice-presidente da CBL.
Os números estão ao lado da CBL. Na edição deste ano da Bienal, considerada a maior da história, as livrarias ocupam 25% do espaço, ou seja, 3.000 m². "As vendas obtidas na Bienal correspondem a um mês do faturamento de uma livraria, a um 13º salário", disse Grossi.
Lamentação
Mesmo aceitando o acordo, algumas editoras lamentam a proibição dos descontos. No Rio, no ano passado, a Record teve descontos de 10% a 20% nos preços de capa de todas as publicações.
Segundo informações da assessoria de imprensa da Record, apenas os professores têm um preço especial.
Na editora Globo, a opinião é a mesma, mas, devido ao acordo, não existem descontos nem nos lançamentos nem nos livros mais antigos.
O gerente da Siciliano, Antônio Luiz Nogueira, disse que gostaria de vender os livros com 10% ou 20% de desconto caso não houvesse a proibição. "Para atrair mais gente e aumentar o volume de vendas", afirma Nogueira.
Então, qual a vantagem de ir até o Expo Center Norte? "Aqui você pode encontrar mais de 100 mil títulos, enquanto as grandes livrarias do Brasil acomodam entre 20 e 25 mil", responde Grossi.
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