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PROBLEMA Nº 1


Área central teme mais os roubos

DA REPORTAGEM LOCAL

O roubo causa mais medo à população dos bairros centrais do que os homicídios aos moradores da periferia de São Paulo.

Essa é a conclusão de especialistas que analisaram os dados obtidos pela pesquisa do Datafolha.

Vila Mariana (área 9) e Centro/ Sé (área 2) foram os locais com maior número de entrevistados que disseram ter evitado locais, ruas ou pessoas depois de escurecer: 71% e 68%, respectivamente.

Em comum, essas regiões concentram os maiores índices de roubos por 100 mil habitantes, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública. Na Vila Mariana, estão 4 das 10 delegacias com mais registros de assaltos.

Todas as taxas de mortalidade em razão de homicídios estão abaixo da média da cidade, de 44,19 mortes por 100 mil habitantes, segundo a Fundação Seade.

Na região do Campo Limpo, onde o número de entrevistados que evitou a rua à noite é menor (66%), a situação é bem diferente.

As taxas de assalto são as mais baixas, e as de homicídio, as mais elevadas. Dos 12 piores índices de mortalidade na capital, 6 estão concentradas nesse setor.

Para o sociólogo Túlio Kahn, do Ilanud, o morador da periferia sente que pode evitar o homicídio com condutas diferenciadas.

‘‘Eles acham que a vítima é apenas quem estava devendo alguma coisa. No caso do assalto, não adianta andar dentro da lei, as pessoas estão sujeitas à sorte’’, afirma.

A idade também influencia. Na Vila Mariana, o índice de envelhecimento _relação entre pessoas com mais de 65 anos e com menos de 4 anos_ é 14 vezes maior que o do Grajaú. ‘‘A idade aumenta a sensação de insegurança, por vários motivos, inclusive a questão física’’, diz a psicóloga Nancy Cardia, do Núcleo de Estudos da Violência da USP.

Em São Paulo, os bairros com população mais jovem são os da periferia, onde há crescimento mais acelerado.

O empresário Mark Rolf Spreidel, 29, foi uma das vítimas de roubos a registrar queixa no 27º DP (Campo Belo), na área da Vila Mariana, o terceiro em São Paulo em concentração de assaltos.

Na manhã do último dia 8, ele foi assaltado ao parar o carro em um semáforo no cruzamento entre a alameda dos Maracatins e avenida dos Bandeirantes.

‘‘Aqui na região, os roubos em semáforos são os mais comuns’’, diz o delegado Guaracy Moreira Filho, do 27º DP. O distrito registra diariamente de duas a três ocorrências desse tipo.

No canto oposto da cidade, no Jardim Herculano (zona sul), no setor do Campo Limpo, a dona-de-casa Maria dos Remédios Paes, 54, afirma que, ultimamente, está incomodada com as mortes. A receita dela para escapar do medo é: ‘‘Quem está quieto no seu lugar não corre perigo’’.

A delegacia do bairro registra por mês de 15 a 18 homicídios, no mínimo _um a cada dois dias. (ALESSANDRO SILVA)


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