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REPORTAGEM LOCAL Um contingente de 1,3 milhão de eleitores paulistanos nunca vê a polícia passar na rua, segundo a pesquisa do Datafolha. Questionados sobre a frequência de patrulhamento onde moram, 19% dos entrevistados disseram que nunca vêem policiais a pé ou em carros. O centro é a região com maior concentração de pessoas que percebem a ação policial, mas nem por isso há pessoas com maior sensação de segurança. De 67% a 79% dos entrevistados disseram ter visto policiais uma vez por dia no centro. Perto da Sé, 29% das pessoas ouvidas _a maior marca da cidade_ já foram assaltadas nos últimos 12 meses e 64% evitam locais ou pessoas após o escurecer. O setor chamado de Campo Limpo pelo Datafolha, onde vivem 1,3 milhão de paulistanos, tem o menor índice daqueles que vêem a polícia todo dia: 29%. O Campo Limpo tem ainda o maior número de entrevistados que disseram nunca ver os policiais onde moram: 27%. O bairro possui os piores índices de homicídio de São Paulo. É nessa região que fica o Jardim Ângela, onde a taxa atingiu 116,23 assassinatos por 100 mil habitantes em 99 _1º lugar no ranking da Fundação Seade. A média no município é de 66,89. O perfil das pessoas que vêem ou não a polícia perto de casa também é bem diferente. Os homens (43%), com mais de 41 anos (42%) e que recebem mais de dez salários mínimos (86%) são os que mais afirmaram ver a polícia ao menos uma vez ao dia. Dos que sustentaram não ver nunca policiamento perto de casa, o perfil é o oposto: são mulheres (22%), com idade entre 26 e 40 anos e que ganham até dez salários mínimos. A percepção do policial nas ruas é um dos fatos que aumentam ou diminuem a sensação de segurança entre a população. ‘‘Depende do que o policial faz ao passar pelo bairro’’, diz o ouvidor das Polícias Civil e Militar de São Paulo, Benedito Domingos Mariano. A falta de policiamento representa 7% das denúncias recebidas desde 96 pela Ouvidoria. Em São Paulo, é a Polícia Militar quem faz o policiamento ostensivo. A corporação tem cerca de 82 mil homens _quase três vezes o efetivo da Polícia Civil. Segundo o tenente-coronel Renato Penteado Perrenoud, chefe do setor de comunicação da PM, a polícia distribui seu contingente segundo horários e locais com maior incidência criminal. Isso quer dizer, de acordo com ele, que há menos policiamento de manhã, mais à tarde e muito mais à noite. ‘‘Não há como colocar um PM por esquina durante 24 horas’’, afirma. Para ele, a presença da polícia é mais sentida de dia na região central porque há maior contingente em razão da grande circulação de pessoas. Leia mais: Área central teme mais os roubos Guerra do tráfico demarca favelas na zona sul |
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